O pai de um jovem com autismo, natural de Barcelos, que esta quinta-feira iniciou uma greve de fome junto ao Centro Distrital da Segurança Social de Braga, decidiu terminar o protesto ao início da noite, depois de ter recebido garantias de que haverá novas respostas inclusivas.
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Jorge Castro disse ao JN que, ainda na quinta-feira, foi contactado diretamente pelo presidente do Instituto da Segurança Social, que lhe deu “garantias verbais e por escrito” de que serão desbloqueadas novas respostas, nomeadamente no concelho de Esposende, em Apúlia, onde haverá “a curto prazo” 60 novas vagas.
“Estamos a falar do avanço de dois CACI [Centro de Atividades para a Capacitação e Inclusão] em Apúlia, cada um deles com 30 vagas, que estavam bloqueados alegadamente por causa da Segurança Social. Além disso, poderá também avançar a reabilitação de outro, nas Marinhas, com oito vagas”, explicou Jorge Castro.
Após receber essas garantias, o enfermeiro decidiu interromper o protesto, iniciado às 9 horas de quinta-feira, um momento em que cerca de três dezenas de outras pessoas também se manifestaram contra a falta de respostas para jovens com necessidades específicas.
Aumento de vagas
Num esclarecimento, entretanto enviado à Lusa, o Instituto da Segurança Social confirma que o nível de respostas sociais para jovens com autismo vai aumentar “significativamente” em Esposende, com uma nova estrutura que estará implementada “muito em breve” em Apúlia.
O instituto acrescenta que foram abertas candidaturas para apoios do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) ao investimento CACI, que poderão apoiar iniciativas de remodelação e melhoria das estruturas e dos meios existentes. “Em suma, para além do aumento de vagas, estamos empenhados na requalificação e remodelação das estruturas existentes“, salienta o organismo.
Frequência escolar
No protesto realizado esta quinta-feira em Braga, os pais alertaram que muitos jovens estão em vias de ultrapassar a idade limite da escolaridade obrigatória e que, como tal, correm o risco de terem de abandonar a escola, no caso a Secundária Henrique Medina, em Esposende, que tem sido a única resposta que têm conseguido.
O Instituto da Segurança Social garante que a escola “poderá continuar a permitir a frequência” daqueles alunos durante o ano letivo de 2025/26. “Contudo, sendo essa uma solução provisória, o instituto está a trabalhar com a Tutela numa solução estrutural que acolha quem necessita de apoio”, garante a Segurança Social.