Os encarregados de educação dos alunos da Escola Rodrigues de Freitas, no centro do Porto, dizem temer pela segurança dos filhos.
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De acordo com os pais, a escola, que acolhe cerca de 1500 estudantes, foi várias vezes invadida na última semana por um grupo de rapazes - que não frequenta aquele estabelecimento de ensino -, com o objetivo de agredir um aluno. Algo que foi facilmente concretizado, dizem os pais, porque os portões estão sempre abertos e sem controlo de entradas e saídas.
"Na sexta-feira entraram pelo estacionamento treze jovens para bater num aluno. Alguns armados com navalhas", revelou uma das mães com quem o JN falou. Todas preferiram não ser identificadas por receio de represálias aos filhos.
"A minha filha estava a sair da aula de Educação Física, cerca das 16.30 horas, e viu a porrada toda", continuou. A mesma mãe condenou a falta de ação da escola: "Houve a imprudência de não terem chamado a Polícia".
A situação repetiu-se ao final do dia. Outra encarregada de educação afirmou que o mesmo grupo, às 18.30 h, estava à porta da escola "com cassetetes, pedras, martelos, soqueiras e garrafas partidas". Nessa altura, a PSP terá estado no local.
"Quem passou por ali levou", referiu mais uma mãe, descrevendo a confusão e o clima de medo que se instalou.
Sem resposta
"Entro e saio da escola e ninguém me pergunta quem sou e o que estou ali a fazer", atira outra mãe. "Também há um portão de estacionamento sempre aberto com acesso ao recreio e ao campo onde os meninos têm Educação Física", refere mais uma encarregada de educação. Todos os pais ouvidos pelo JN dizem ter tentado falar com a Direção, mas sempre sem sucesso.
Na segunda-feira, o grupo terá voltado ao estabelecimento. A Polícia, já no local de prevenção devido aos incidentes anteriores, terá ordenado que se fechassem as portas. No dia seguinte, segundo fonte oficial da PSP, um jovem perseguiu um aluno até à escola, invadiu o recinto e agrediu-o. É o único caso registado oficialmente. Naquela zona, e no antigo edifício da Junta de Freguesia de Cedofeita, está prevista a conclusão das obras para uma esquadra da PSP até final de março.
Mais policiamento
O Ministério da Educação garantiu que "foi reforçado o policiamento de visibilidade" do estabelecimento, "bem como o patrulhamento da Escola Segura e a vigilância na entrada da escola".
A tutela informou ainda que está a decorrer um concurso para a escola poder contratar um funcionário de forma permanente. Após esse procedimento, a Direção poderá recorrer à Bolsa de Recrutamento para substituir os funcionários ausentes há mais de 12 dias.
Depois de nos termos deslocado à escola para obter esclarecimentos, a Direção solicitou o pedido por e-mail, ao qual não respondeu até ao fecho desta edição.