Pais queixam-se de comida fria em escola de Braga

Um grupo de pais da Escola Básica de Ortigueira, em Braga, denunciou esta quinta-feira que as refeições das crianças “são servidas frias” e pediu a colocação de um equipamento de banho-maria que permita manter a temperatura da comida, que é deixada no estabelecimento durante a manhã, até à hora de almoço. A Câmara e a empresa municipal BragaHabit admitem que nem sempre a comida tem a temperatura ideal e, segundo a autarquia, o equipamento de banho-maria será colocado durante as obras que acontecerão este ano.  

De acordo com um alerta feito por uma encarregada de educação, esta é uma “situação que se arrasta já há algum tempo” e que precisa de ser resolvida de forma urgente, porque configura um “violação dos direitos das crianças”, provocando o “desespero” e a “revolta” dos pais. “Posso dizer que, neste momento, o meu filho passa fome, porque não consegue comer, diz que fica com frio com a comida fria”, referiu.

Segundo a denúncia desta mãe, que entretanto foi confirmada ao JN por outros encarregados de educação, em causa está o facto de as refeições serem deixadas no estabelecimento escolar cerca das 10.45 horas pela empresa municipal BragaHabit e de as crianças “só almoçarem por volta das 13 horas”, não existindo um equipamento que permita manter a comida quente. “É uma situação revoltante”, vinca a mesma mãe, que recusou identificar-se.

Problema identificado

Contactados pelo JN, quer o administrador da BragaHabit, Carlos Videira, quer a vereadora da Educação, Carla Sepúlveda, confirmaram que o problema está identificado e admitiram que, por vezes, as refeições são servidas abaixo da temperatura ideal. “Há dias em que a comida não está aos 65 graus, como é desejável, mas também não está fria, de acordo com os registos que temos. No entanto, esse é um assunto que está a ser resolvido”, disse a vereadora.

Carla Sepúlveda adiantou que a instalação do reclamado equipamento de banho-maria “implica a remodelação do espaço de cozinha”, uma “adaptação necessária” que será feita na intervenção de reabilitação do edifício escolar. “É uma obra que acontecerá este ano, portanto essa questão será ultrapassada”, garantiu. A vereadora assegurou ainda que não lhe foi reportada qualquer situação de alunos que tivessem ficado sem comer por a comida estar fria.

Sobre uma possível alteração do circuito definido para a entrega das refeições, o administrador da BragaHabit disse que “é muito difícil” que tal aconteça, tendo em conta a “exiguidade de recursos” e as “muitas escolas” onde a empresa municipal deixa comida. “A BragaHabit funciona como prestador de serviço e serve 22 estabelecimentos escolares, começando as entregas às 10.30 horas. Há escolas onde a comida é deixada ainda mais cedo do que na EB de Ortigueira, mas esse problema não se coloca, porque há forma de manter a temperatura”, disse Carlos Videira. Nesta escola em particular, o administrador confirmou que  “está sinalizada a necessidade de aquisição de um equipamento de banho-maria para manter a refeição à temperatura ideal”.