O Palácio da Bolsa acolhe, nos próximos dois dias, o 1.º Fórum do Comércio organizado pela Câmara Municipal do Porto, encontro que contará com a presença de comerciantes locais, empreendedores internacionais e decisores políticos. "A experiência de consumo" é o tema da iniciativa.
Corpo do artigo
O fórum vai decorrer no átrio do Palácio da Bolsa, esperando-se a presença de 150 pessoas em cada dia. Francesc Povedano, coordenador de comércio, restauração e mercados do Município de Barcelona, Manuel Heredia Perez, diretor-geral de comércio e consumo do Governo Regional da Galiza, Ana Mestre, diretora da Escola de Comércio do Porto e Carlos Brito, professor da Faculdade de Economia do Porto, estão entre os convidados para os debates.
Segundo Ricardo Valente, vereador da Câmara do Porto que assume, entre outros, o pelouro da Economia, Emprego e Empreendedorismo, um dos desafios que hoje se colocam ao setor é "como reinventar a lógica do comércio de proximidade" perante uma realidade que é transversal a todas as cidades e que tem a ver com a mudança de modelo, agora mais rendido à lógica online.
Discutir modelos híbridos - casos de lojas que têm presença na Internet e eventualmente até vendas online mas não abandonam o comércio de proximidade - ou formas de internacionalização do comércio aproveitando o volume de turistas estarão também entre as preocupações do setor. A propósito, Ricardo Valente refere ao JN o desafio de "fazer com que o turista volte às lojas da cidade sem voltar à cidade", isto é, tendo comprado no comércio local, fidelizar-se a determinada loja continuando a comprar a partir do seu país, ou seja, online.
Outro aspeto que o vereador considera importante é "a qualificação do comércio e dos comerciantes", incluindo nesta vertente a necessidade atrair novos empreendedores e novos conceitos, de discutir competências e, sobretudo, de criar oportunidades "para as novas gerações se sentirem atraídas pelo comércio de proximidade".
Por outro lado, fazer do Porto uma "arma" de afirmação geostratégica, no sentido de se posicionar como uma cidade de compras, à semelhança de Paris ou de Londres, é outro aspeto salientado pelo responsável. Tal como a qualificação do espaço comercial. Ricardo Valente recorda que "as zonas mais vazias das cidades são os espaços comerciais por ocupar". No Porto, são cerca de 1500, o que pode ter explicação no facto de muitos edifícios serem antigos e de as lojas terem pés-direitos muito baixos ou montras muito pequenas.
Apresentar boas práticas de desenvolvimento local através do comércio e fomentar a troca de conhecimentos entre os agentes económicos são alguns dos objetivos do fórum.