Pão, fruta e água. Proteção Civil admite "falhas pontuais" na alimentação dos bombeiros
O fogo que lavra desde sábado em Vila de Rei (Castelo Branco) e Mação (Santarém) mobiliza mais de mil efetivos. Alguns bombeiros criticam "refeição" de pão e fruta. Proteção Civil admite "falhas pontuais".
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Após dois dias de combate às chamas, surgiram nas redes sociais algumas críticas às "refeições" recebidas pelos bombeiros: uma sandes, uma peça de fruta e uma garrafa de água.
Fábio Manuel Pelica, bombeiro dos Municipais de Coruche, publicou um "desabafo", no domingo, na sua página do Facebook, junto a uma fotografia de uma sandes de fiambre, uma maçã e uma garrafa de água. (O post foi apagado esta segunda-feira). "Em jeito de desabafo.... Deixo a família, deixo o conforto da minha casa, venho arriscar a vida a defender aquilo que não me pertence... Saio de casa a correr sem jantar sequer, passo a noite inteira a combater as chamas e a esta hora, o que me dão para comer é somente isto!!!!??? Deixo que a imagem fale por si! É o reconhecimento que nos dão!".
Outra situação foi partilhada por Fernando Risso, da Câmara Municipal do Fundão."Isto é que é triste depois de horas em combate às chamas (...) onde está a logística que os homens e as mulheres Bombeiros merecem?", questionou.
"Eu já lá andei e sei bem como é, mal de nós se não fosse a população a dar-nos de comida para nos mantermos em pé", acrescentou.
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Questionado sobre as refeições dadas aos bombeiros, o comandante do Agrupamento Distrital do Centro Norte, Pedro Nunes, admitiu que possam ocorrer "falhas pontuais" numa operação logística desta dimensão. E acrescentou, na conferência de imprensa das 13 horas, dada no centro de comando instalado no pavilhão desportivo municipal da Sertã (Castelo Branco), que as Forças Armadas instalaram uma cozinha numa escola de Vila de Rei, onde estão a ser confecionadas as refeições para os cerca de mil operacionais.
Fábio Manuel Pelica, bombeiro há cerca de 18 anos, defende-se de algumas críticas: "Não, não precisava de ser champanhe nem caviar...Nem tinha que ser de faca e garfo.... Não necessito de luxos, contento-me apenas com algo que me sustente e me dê forças para continuar a batalha..."
Já regressado a casa, deixou esta segunda-feira de madrugada uma mensagem de apoio a quem continua no terreno: "desejo boa sorte a todos os camaradas das mais variadas forças que ainda lutam contra o 'monstro'".