Presidente da Câmara de Macedo de Cavaleiros acredita que o mural pode transformar-se num “local de peregrinação”. Associação dos Caretos diz que é uma homenagem ao Santo Padre que abriu as portas à tradição
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O mural dedicado ao Papa Francisco, esta segunda-feira inaugurado em Podence, “pode transformar-se num local de peregrinação”, disse na terra do Carnaval dos caretos o presidente da Câmara de Macedo de Cavaleiros, Benjamim Rodrigues. “Nestes dias em que o Santo Padre está internado, com a sua saúde fragilizada, esta será uma nova atratividade”, acredita o autarca.
“Estivemos em janeiro no Vaticano e fomos recebidos pelo Papa. Decidimos que no Entrudo Chocalheiro de 2025 seria inaugurado um mural em sua homenagem por ter aberto a porta à tradição dos caretos”, explicou António Carneiro, presidente da Associação dos Caretos de Podence.
Nesta aldeia termina amanhã, terça-feira, o Entrudo Chocalheiro, que começou no sábado e tem como atração principal os célebres caretos. A aldeia tem mais de 20 murais pintados nas casas, maioritariamente sobre os caretos, mas também dedicados a Cristiano Ronaldo, Marcelo Rebelo de Sousa e António Guterres.
“Têm passado por aqui milhares de pessoas, mais do que nos anos anteriores para ver os caretos e estas pinturas. Não deve haver aldeia ou cidade com tantos murais”, disse António Carneiro.
Nos últimos cinco anos, desde que o Entrudo Chocalheiro-Carnaval dos Caretos foi classificado como Património Imaterial da Humanidade da UNESCO, Podence beneficiou de um “impulso” no desenvolvimento. “É um foco de atração na região e já temos restaurantes abertos durante todo o ano e sempre cheios”, referiu Benjamim Rodrigues.
Quem anda satisfeito com a procura da localidade é João Alves, presidente da União das Freguesias de Podence e Santa Combinha. “Cada vez temos mais visitantes e todos os dias do Carnaval são de sucesso. Este ano temos mais 1000 lugares de estacionamento do que no ano passado”, lembrou o autarca.
Só ontem, domingo, mais de uma centena de autocarros estiveram em Podence. “A máquina de multibanco foi carregada na sexta-feira com 45 mil euros e no domingo já não tinha dinheiro”, revelou João Alves.