A meio da manhã desta segunda-feira, a greve dos trabalhadores da Auto Viação Feirense não se fazia notar nas paragens de autocarros na Avenida da República, em Gaia, onde a transportadora opera a rede Unir. O Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários aponta, contudo, uma “adesão de mais de 90%”.
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São 10.30 horas, mas não há mais filas do que o habitual pelas paragens, nem os utentes se queixam de esperar mais pelos autocarros do que o tempo que já tomam como normal. Muitos, não sabem sequer que os trabalhadores da Feirense estão em greve - pelo menos, aqueles que são afetos ao Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP).
As queixas dos utentes são genéricas e reportam-se a toda a operação da Unir, desde o início, em dezembro de 2023. Enquanto o JN ouve utentes numa paragem em General Torres, passa um autocarro da Feirense com o número 9016, com destino a Salgueiros, logo seguido do 9013, para Lavadores, que será igual ao transporte seguinte que ali passa no espaço de cinco minutos.
Mais acima, junto ao El Corte Ingles, Avelino Santos espera há 20 minutos pelo autocarro com destino a S. João da Madeira, mas diz que “costuma ser uma hora”. Fernanda Carvalho, que quer ir para Grijó, queixa-se que “há sempre poucas camionetas”.
Contactado pelo JN, Hélder Borges, coordenador do STRUP das regiões Norte e Centro, afirmou que “de Lourosa [sede da Feirense] saiu apenas um autocarro, que faz a carreira 9011”. Ao JN, o sindicalista afirmou ter registado uma “adesão de mais de 90%” à greve, e adiantou que os trabalhadores vão continuar a luta, tendo já marcado “um novo plenário para o dia 28 e uma greve de 24 horas para 2 de dezembro”.
“A empresa não cumpre o contrato coletivo de trabalho, e tem de alterar esta posição”, sublinha Hélder Borges. À Lusa, a porta-voz da Feirense, Thais Mateus, afirmou que a paralisação ronda “os 5% de adesão” nos dois lotes (o 2, de Gondomar, Valongo, Santo Tirso e Paredes, e o 4, a operar em Gaia e ESpinho) da rede Unir.