Há 367 novos lugares de estacionamento pago no centro da Maia. Moradores e comerciantes contestam a medida.
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Indignados com o alargamento das zonas de estacionamento pago no centro da Maia, houve ontem quem recorresse a cola quente para tapar as ranhuras dos parcómetros e impedir a cobrança do aparcamento. Moradores e comerciantes estão descontentes com o aumento dos lugares pagos - mais 367 - e temem pelos seus negócios.
Contactada pelo JN, a Câmara da Maia garantiu que os atos de "vandalismo" foram "participados às entidades policiais".
"Uma cliente não conseguiu pagar o parquímetro porque tinha cola quente na ranhura das moedas", contou ao JN a cabeleireira Cristiana Moutinho, que deixou o carro longe do trabalho. "Estou grávida e vou ter de me deslocar a pé para não pagar", referiu, lamentando a falta de descontos para comerciantes.
Na farmácia de Maria Leonor Nunes temem-se os impactos negativos que a medida poderá ter no negócio. "Vamos perder clientes. Na zona do Novo Rumo, havia uma papelaria, uma loja e um pronto-a-vestir. Quando introduziram os parcómetros, fechou tudo. É o que nos vai acontecer também", disse a farmacêutica.
Ruas Sobrecarregadas
Para Sónia Pires, apesar de os parcómetros estarem instalados em apenas algumas ruas, a sua colocação prejudica toda a zona envolvente. "Na minha rua não se paga, mas, à conta de se pagar nos outros sítios, as pessoas tiram-nos os lugares", referiu a maiata que está com dificuldades em obter o dístico de moradora.
"Um dos meus carros está em nome do meu pai e não me facilitam o dístico. Pedem uma declaração, mas sem me darem garantias. É ridículo", criticou.
A Câmara da Maia garante que "os procedimentos necessários" para a obtenção do dístico de morador foram explicados e que existem "pacotes específicos para comerciantes".