
Evento dos Blood & Honour foi levado a cabo no salão paroquial
Foto: Paróquia de Santa Maria de Silva Escura
A paróquia de Santa Maria de Silva Escura, na Maia, recebeu um festival de música organizado pelo grupo neonazi Blood & Honour. Pároco pensava estar a ceder o salão paroquial para um concerto de rock e alega desconhecimento do cariz extremista do evento.
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O festival aconteceu no último fim de semana, na freguesia de Nogueira e Silva Escura, na Maia. Em declarações ao "Expresso", o padre José Augusto Oliveira, garantiu desconhecer o teor de extrema-direita do festival, cedendo o espaço como é costume noutro tipo de eventos.
"Foi assim que eles se apresentaram, que iam dar um concerto de rock. E aconteceu. Pode acontecer a qualquer um mais distraído. Nós estávamos distraídos e aconteceu", explicou o pároco, garantindo que o pedido cumpriu todos os requisitos legais.
Segundo a mesma fonte, o requerimento chegou por parte de uma empresa e tratou-se de uma cedência do espaço, em vez de um aluguer formal. "É o que fazemos sempre. As pessoas dão depois uma oferta para ajuda das obras", esclareceu.
A Diocese do Porto corrobora a versão de José Augusto Oliveira e reafirma que, tal como o pároco, também "desconhecia a ideologia do evento", lamentando profundamente a realização do evento no espaço da paróquia de Santa Maria de Silva Escura.
O grupo Blood & Honour nasceu no Reino Unido na década de 80 e tem historial de violência, estando associado a grupos neonazis em vários países. Este festival acontece há cerca de uma década em Portugal, tendo apenas sido interrompido durante a pandemia.

