O Parque Natural Regional do Vale do Tua (PNRVT), que tem uma área de 25 mil hectares, entre os distritos de Vila Real e Bragança e que envolve cinco municípios (Alijó, Carrazeda de Ansiães, Mirandela, Murça e Vila Flor), está a desenvolver o projeto Vale da Biodiversidade sob a coordenação do CIBIO (Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos), do Instituto de Ciências, Tecnologias e Agro-ambiente da Universidade do Porto.
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A última atividade desenvolvida foi a colocação de caixas abrigo e ninhos visando a fixação de populações de indivíduos de diversas espécies protegidas em áreas fortemente humanizadas, no sentido de restaurar habitats perdidos pelo incremento da construção., com a particularidade de envolver os alunos de cada concelho que ajudaram a construir e a colocar esses abrigos.
"A iniciativa teve uma dupla função, a atividade visa restaurar habitats perdidos, e em simultâneo criar elos de ligação com os nossos alunos, desafiando-os a continuar a implementação do projeto, construindo as suas próprias caixas abrigo", explica Artur Cascarejo, diretor do PNRVT.
"Esta foi uma das fases mais importantes de um projeto, pela sua componente de educação ambiental, a que se juntam outras, de igual importância, dirigidas à comunidade em geral", acrescenta Artur Cascarejo, lembrando que o PNRVT juntou-se à plataforma de ciência cidadã BioDiversity4All, com o nome "A Biodiversidade do Vale do Tua", que assenta na deteção de espécies e recolha de informação sobre a sua distribuição em tempo real.
"Foi lançado o desafio a toda a população dos municípios que integram o Parque e também aos visitantes, para que, individualmente ou em família, façam através de um telemóvel ou tablet o registo de um maior número possível de espécies, quer seja na varanda, quintal, jardim perto de casa ou mesmo durante os passeios pelos nossos percursos pedestres", sublinha.
Para além disso, há três exposições fotográficas itinerantes, com temáticas diferentes, continuam a sua itinerância, pelos cinco concelhos abrangidos pelo PNRVT.
"Todo o trabalho de investigação desenvolvido no âmbito do projeto foi partilhado, através destas iniciativas, com a população. Entendemos que sem conhecimento não pode haver conservação, é importante que as comunidades e os visitantes tenham consciência dos valores naturais, da fauna e da flora, porque só assim conseguem valorizá-la e preservá-la", defende Artur Cascarejo.
O PNRVT é uma contrapartida da construção da barragem de Foz Tua e surgiu em 2013 depois de um acordo entre a Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Tua e o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas que garantiu que cerca de três quartos da dotação da EDP para o Fundo da Biodiversidade, no âmbito do Aproveitamento Hidroeléctrico de Foz Tua, sejam canalizados para a região e investidos em desenvolvimento regional.