A proposta de um jovem de 16 anos, que pretende dar vida à zona perto do Mercado Municipal, venceu o primeiro Orçamento Participativo de Íhavo. A obra, que deverá ficar pronta daqui a um ano, integra uma parede de escalada e uma mesa de ping-pong para a prática desportiva, a par de uma zona de merendas.
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A proposta vencedora da primeira edição do Orçamento Participativo do Município de Ílhavo resulta da insatisfação e proatividade de Joana Gião. A jovem, que quando submeteu a ideia tinha 16 anos, começou a praticar skate há algum tempo, estranhava ter de ir até Aveiro ou Gafanha da Nazaré para poder frequentar um parque dedicado à modalidade. E sempre que passava no espaço relvado entre o Mercado Municipal e um hipermercado, pensava que a zona estava subaproveitada e poderia ter melhor uso.
Sentia que o parque tinha “potencial para mais” e “podia ser um bom sítio para se construir um skate parque”, conta Joana. Não se acomodou e, quando a Câmara desafiou a população a dar “ideias para o município ficar melhor”, idealizou um projeto, com a ajuda de quatro amigos e da professora Elsa Direito. E submeteu a proposta, apesar de nunca antes ter pensado que podia ser ela a decidir o que fazer no espaço público da sua terra.
Participação aquém do esperado
A proposta foi a mais votada e, naquele local, vai nascer agora um Parque de Desporto e Lazer. Incluirá um “half-pipe” para a prática de skate, uma parede de escalada e uma mesa de ping-pong para a prática desportiva. Também será criada uma zona de merendas, protegida com vela de sombreamento, e plantadas árvores. O projeto inclui ainda uma cabine telefónica com livros de acesso livre.
O presidente da Câmara, João Campolargo, admite que já considerava que aquele espaço precisava “de ter ali outro tipo de equipamentos”, até pela proximidade a várias escolas, ao mercado, associações e zona residencial, mas teve de “priorizar” outros investimentos.
Pronto dentro de um ano. A autarquia vai agora concretizar o projeto, que tem um custo estimado de 69 mil euros. A expectativa, adianta Campolargo, é que esteja pronto “dentro de um ano”.
Apesar de a participação nesta primeira edição do Orçamento Participativo ter sido mais “diminuta” do que a Câmara esperava, a iniciativa “abre a oportunidade de todos participarem” no planeamento e dinamização do município, sublinha.