<p>Os agricultores de Vimioso concentraram-se ontem de manhã em frente ao Ministério da Agricultura na vila, para protestar contra a falta de condições de atendimento nos serviços, que funcionam dois dias por semana e dispõem apenas de um técnico. </p>
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Será a falta de funcionários e o horário reduzido a causa do atraso das actualizações ao parcelário agrícola, um instrumento fundamental para que os lavradores se candidatem a subsídios à agricultura, segundo os produtores, que exigem melhores condições de atendimento.
Os agricultores queixam-se que há vários meses que se deslocam aos serviços para tratar da actualização do parcelário, mas na maioria das vezes regressam a casa sem nada tratado, inclusivamente, há quem vá para a porta das instalações de madrugada para guardar a vez. "As pessoas vêm dormir aqui, têm de esperar na rua ao frio e à chuva, na maioria das vezes para nada, porque muitas vezes nem conseguem ser atendidas", contou Manuel Miranda, dirigente da Confederação dos Agricultores Portugueses.
A maioria dos agricultores são idosos e deslocam-se das aldeias. Muitos não dispõem de automóvel e são obrigados a recorrer a boleias ou a alugar táxis. "Estamos abandonados, há muito tempo que as pessoas andam nisto. No outro dia, cheguei ao serviço às 5 horas é já cá estavam 12 pessoas. Depois, demora muito tempo a fazer cada parcelário e, como só há um funcionário, demora mais", acrescentou o responsável da CAP. Na maioria dos casos, o parcelário tem de estar tratado até Maio, altura em que terminam os prazos para a entrega de candidaturas a fundos comunitários à agricultura.
Os serviços do Ministério da Agricultura funcionam em instalações cedidas pelas Câmara de Vimioso, cujo presidente, José Rodrigues, explicou, ao JN, que propôs à Direcção Regional de Agricultura que o gabinete seja transferido para um espaço na Loja do Cidadão, cedendo a autarquia também alguns funcionários para tratar do parcelário. "Para que o assunto se resolva e os agricultores possam tratar dos pedidos a tempo e horas", referiu o edil.
Assunto resolvido
Fonte do gabinete do Ministério da Agricultura adiantou, ao JN, que o assunto está resolvido e que os agricultores vão ser chamados a tratar do parcelário através da marcação de dia e hora de atendimento. A mesma fonte nega que tenha existido um protesto por parte dos utentes, designando a concentração com data e hora marcada de "um afluxo anormal de pessoas aos serviços".