Paulo Pacheco, de 47 anos, mestre da embarcação "Oceano Atlântico", chegou este domingo ao cais dos pescadores de Viana do Castelo com os olhos marejados de lágrimas. Tocou-lhe levar no barco o andor da Senhora d'Agonia, na Procissão ao Mar, a maior manifestação de fé das festas, que decorrem até esta terça-feira.
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Pelas graças concedidas que guarda para si, e pelo "sentimento único" que envolve cumprir a tarefa que lhe foi incumbida, Paulo transbordava de emoção. "Este ano é especial...", admitiu, sem conseguir conter as lágrimas. "Não é de tristeza [o choro]. É de alegria. Isto toca", justificou-se.
Casado, pai de dois filhos, um casal, pescador desde os 15 anos, o mestre da embarcação anfitriã, engalanada com flores e bandeirinhas, confessou que a fé a Nossa Senhora d'Agonia o acompanha desde sempre. Este domingo, antes de a levar ao mar, transportou o seu andor em ombros, entre o santuário e o cais. A ajudar estiveram os cinco pescadores indonésios da sua tripulação.