O antigo vice-presidente da Câmara do Porto, Paulo Morais, de 61 anos, apresentou este domingo a sua candidatura pelo PSD à autarquia de Viana do Castelo, anunciando que "a marca da transparência" e o "combate ao clientelismo" dominarão a sua campanha. E pautarão o seu desempenho como autarca, caso venha a ser eleito.
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"Deixo aqui a promessa solene que enquanto presidente da câmara irei implementar um sistema de transparência na relação com os cidadãos e com todos os parceiros. Total transparência", declarou, referindo que "em particular em questões que tenham a ver com o urbanismo e gestão do território, onde por todo o país proliferam favores, tráfico de influências e até corrupção, deve haver regras claríssimas e invioláveis".
Paulo Morais, natural de Viana do Castelo, fez questão de referir no seu discurso de lançamento da candidatura, que decorreu num hotel da cidade, que foi convidado diretamente por Luis Montenegro e Hugo Soares.
"Fui desafiado pelos orgãos concelhios, pela Distrital e pela Nacional do PSD, a candidatar-me à câmara da minha terra. Quem me convidou manifestou relativamente à minha pessoa o seu reconhecimento ético e cívico, que é a razão primeira da minha participação na vida pública", declarou, agradecendo aos representantes dos vários orgãos do partido, pelo qual afirmou ter "militado durante muitos anos e cuja militância" iniciou em Viana do Castelo".
"E reconhecido estou também pelo convite que recebi da parte do presidente do PSD e do seu secretário-geral, respetivamente, Luis Montenegro e Hugo Soares, que desde o primeiro momento me pediram apenas para colocar nesta candidatura a minha intervenção cívica e ética ao serviço de Viana e dos vianenses", frisou.
Paulo Morais afirmou que aceitou candidatar-se também pelo "estímulo e apelo de muitos vianenses nos últimos tempos que andam dececionados com o rumo que Viana leva e que estão desejosos de ver uma mudança no concelho".
"Oportunidades perdidas"
Sem adiantar conteúdos programáticos da sua candidatura, cuja apresentação remeteu para depois das eleições legislativas de 18 de maio, afirmou que a sua "principal motivação resulta de uma angústia e de uma tristeza".
"Tenho visto ao longo de décadas, ao longos dos últimos anos, a minha terra, a minha cidade, o meu concelho, a definhar, enquanto outros concelhos à volta se tem desenvolvido muito mais", destacou, considerando que Viana do Castelo "tem sido uma terra de oportunidades perdidas".
Um centro histórico "quase sempre deserto", falta de mobilidade e de aposta na habitação, parques de estacionamento "caríssimos e inacessíveis, que afastam as pessoas da cidade", foram algumas das críticas que apontou. Enalteceu "a beleza inigualável" de Viana do Castelo, que considera "não tem sido devidamente aproveitada" em termos turísticos. "Quando numa organização a matéria-prima é valiosíssima, como acontece em Viana, mas o resultado é fraco, a culpa é da gestão e na coisa e na causa pública, gestão chama-se política", assinalou, indicando como "problema crónico de Viana, nunca solucionado, a falta de condições para fixação de recursos humanos qualificados". E que é seu objetivo que "a qualidade de vida suba brutalmente" na cidade.
Paulo Morais terminou o seu discurso, perante algumas centenas de apoiantes, entre os quais dirigentes locais do CDS e o antigo e último presidente de câmara do PSD, derrotado pelo Partido Socialista em 1993, Branco de Morais, pedindo "apoio e uma vitória na eleição". E "soldados" para "o combate aos fenómenos corruptos".
O PS dirige os destinos da câmara de Viana desde essa altura, atualmente com a presidência de Luis Nobre, que se recandidata ao seu segundo mandato.