O PCP alertou os Ministérios da Administração Interna e do Ambiente para os riscos de fogos florestais, em Terras de Bouro, em zonas como a do vale encaixado em redor da Cascata do Tahiti, advertindo para os perigos de uma situação de emergência.
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A posição comunista foi anunciada na sequência de uma visita à Cascata do Tahiti, um dia após a data anunciada pela Câmara Municipal de Terras de Bouro para o início da intervenção em redor daquela área protegida, obra que, afinal, ainda nem sequer começou.
"Tendo em conta que o rio Arado se desenvolve num vale encaixado suscetível de proporcionar o chamado "efeito de chaminé", em caso de incêndio florestal, que ponderação foi feita relativamente aos riscos para pessoas e bens aí concentrados em maior número?", questiona o deputado do PCP Alfredo Maia, através da Assembleia da República.
"A massa de visitantes e a afluência de viaturas automóveis esperadas, sobretudo em certos períodos do ano, é compatível com a plena fluidez das operações de resgate e socorro e de manobra dos meios operacionais exigíveis em quaisquer situações de emergência?", pergunta o mesmo deputado.
O PCP quer saber se "além do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) foram oportunamente consultadas a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), sobre a gestão do domínio público hídrico" da chamada Cascata do Tahiti e as vantagens e desvantagens em matéria de emergência e socorro".
"Na sequência da visita preocupado com as questões relacionadas com segurança e impactos ambientais", o grupo parlamentar do PCP, citando uma resposta do ICNF ao JN pergunta ainda, acerca do parecer favorável condicionado do ICNF, se constam "restrições de acesso ao ponto crítico, quer normativos, quer físicos, designadamente com a instalação de barreiras e sinalética".
"Na avaliação dos impactes da intervenção em causa, foi especificamente considerado o aumento significativo da carga de presença humana e automóvel, devido ao efeito de atração do passadiço/miradouro a construir?", questiona igualmente o PCP.
"E nesse caso que avaliação foi feita relativamente aos impactes sobre a fauna e a flora?", pergunta ainda o PCP, questionando também que "impactes da intervenção em causa foram identificados pelo ICNF", para a mesma obra.
"Qual é a previsibilidade de ocorrência de maior número de acidentes - designadamente quedas diretas do miradouro e resultantes tentação de maior aproximação ao "objeto observado?", pergunta o PCP. Tendo ainda em conta a "evidente escassez de meios do PNPG para as atividades correntes do Parque Nacional, mas considerando também a tendência de aumento da visitação em geral nesta área protegida", o partido pretende saber "que medidas de reforço das equipas de vigilantes da natureza estão já a ser tomadas".
"Considerando os riscos associados à visitação em locais como a Cascata da Fecha de Barjas, está concretamente prevista a presença permanente no local de vigilantes da natureza que, assegurem informações e conselhos aos turistas?", questiona o PCP, perguntando se na ponderação da intervenção em causa, foi considerada a vantagem em promover iniciativas e ações de sensibilização e educação para espaços naturais, "designadamente em termos de riscos, tipo de calçado e vestuário desaconselháveis e criação e conservação de percursos pedestres devidamente sinalizados e homologados".