Pediatria do S. João: "Gestão diária das vagas é um desafio muito grande"
Taxa de ocupação de internamentos na pediatria do S. João, no Porto, ronda os 90%. Falta de enfermeiros e assistentes operacionais trava projeto de hospitalização domiciliária.
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Yasmin só faz dois anos no próximo mês, mas já é a quarta vez que está internada na pediatria do Centro Hospitalar Universitário de S. João, no Porto. O primeiro internamento durou "seis meses e uns dias", conta a mãe, Elisa Graça, 32 anos, de Ovar, com uma angústia que só é aliviada pelo "humanismo dos profissionais" e pelas "excelentes condições do hospital". "Cria a sensação de estarmos em casa", detalha. Em dois anos de funcionamento, a nova pediatria do S. João tem "uma taxa de ocupação do internamento bastante elevada, à volta dos 90%", referiu ao JN Eunice Trindade, diretora do serviço. A gestão diária das vagas é um dos maiores desafios.
Foi há dois anos que o Joãozinho recebeu a primeira criança, pondo fim a um longo período em que a pediatra funcionou em contentores. Os números de 2022 comprovam que o trabalho abunda: 2466 cirurgias, 2275 internamentos e mais de 65 mil consultas externas. Uma realidade em parte explicada pelo facto de ser uma unidade de nível 3, de referência para muitas subespecialidades, e que recebe casos mais complexos, que exigem mais tempo de internamento.