Paula Correia, de Bastuço Santo Estêvão, Barcelos, nem queria acreditar. Escapou a uma morte quase certa por escassos segundos e, embora tenha passado mês e meio, ainda não está refeita do susto.
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Estava a entrar em casa e só quando sentiu a terra a tremer é que olhou para trás e viu aos seus pés um pedregulho de cerca de 50 toneladas, resultado da fratura de um rochedo. "Por quatro ou cinco segundos salvei-me. Imagine se tinha acabado de pôr os pés dentro do portão quando isto caiu", recorda a moradora, que espelha o cansaço da família pela demora na resolução do problema.
O pedregulho caiu a 5 de janeiro, na Rua dos Penedos, e, até agora, a Câmara ainda não sabe quando o problema poderá ser resolvido. É que o penedo que por pouco roubava a vida a Paula tapa agora o único acesso a três habitações.
Contactada pelo JN, a autarquia diz apenas que, "como é do conhecimento da União de Freguesias, a Câmara está a elaborar um procedimento concursal de desmonte da massa rochosa, que se encontra em fase de conclusão".
Na rua vive Paula Correia com a família, mais a avó de 75 anos e uma tia, cada uma na sua casa. "Entramos todos pelo mesmo portão, por isso o problema afeta oito pessoas". E a matriarca de uma forma particular. "Pouco depois disto acontecer, a minha avó teve um princípio de AVC e teve de ser levada ao colo, porque a maca dos bombeiros não passava por aquele penedo", descreve, ainda, Paula Correia.
A complicar a remoção do pedregulho estão os difíceis acessos. A Rua dos Penedos é estreita. Não passa um carro pelo outro e, para se chegar às habitações afetadas, existe agora apenas um pequeno caminho estreito em terra batida.
A Proteção Civil da Câmara de Barcelos foi ao local, passados "dois ou três dias" do incidente, conta a moradora. Analisou não só o rochedo afetado, mas também os pedregulhos ao redor e, de acordo com Paula Correia, nenhum outro estará em perigo.
* com Delfim Machado e Sandra Borges