Com as autárquicas no horizonte, Pedro Duarte fez a primeira caminhada rumo à “presidência da Câmara do Porto”, seguido por cerca de 100 pessoas que se lhe juntaram no protesto contra a segunda fase do metrobus na Boavista. O candidato do PSD “prefere perder fundos comunitários” a vê-los serem “mal aplicados”.
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“Este projeto [do metrobus] foi, até ao momento, desastroso e não podemos conviver com isso”, afirmou, na tarde deste sábado, o social-democrata, durante a caminhada organizada no âmbito da petição que lançou nesta semana e que conta com a aprovação do atual autarca da cidade, o independente Rui Moreira.
“O que queremos, com esta petição, é fazer um apelo à Metro do Porto para que reflita e olhe para alternativas que possam garantir a mobilidade em transporte público, porque não estamos contra isso, mas que, ao mesmo tempo, possam ser conciliáveis com a preservação de uma centena de árvores e de uma ciclovia que é usufruída pelos portuenses”, explicou o candidato da coligação PSD/CDS.
Sublinhando que as “obras demoraram muito mais do que era aceitável e causaram muitos danos a muitas pessoas que vivem nesta zona”, Pedro Duarte disse que “prefere perder fundos comunitários” a vê-los serem “mal aplicados”. “Se os fundos comunitários forem bem executados e para benefício das pessoas, são bem vindos. Mas se tivermos de perder fundos porque estavam a ser mal aplicados e contra a vontade e o benefício da vida das pessoas, então prefiro perder os fundos”, vincou o social-democrata.
Repetindo que a sua “cadeira de sonho é a presidência da Câmara do Porto”, o líder da distrital do PSD e ministro dos Assuntos Parlamentares garantiu, no início do percurso ao longo da ciclovia, entre o Parque da Cidade e a rotunda da Anémona, que, se for eleito, “não haverá decisões desta natureza, que mexem e perturbam a vida das pessoas, tomadas nas costas dos portuenses”. “Não podemos aceitar que se imponham à cidade decisões que não envolvam os cidadãos do Porto”.
“Não me vou calar”
“Este talvez possa ser um bom exemplo do que pretendo ser enquanto presidente da Câmara: não me vou calar perante decisões destas e vou mobilizar a cidade sempre que for necessário, para defendermos os nossos interesses”, assegurou Pedro Duarte, explicando que a caminhada teve como objetivo “resolver o problema e evitar este crime” na Avenida da Boavista e não tornar-se no pontapé de saída para a campanha eleitoral.
“Estamos a avançar agora com esta petição porque fomos surpreendidos com a notícia de que no dia 6 de junho prevê-se que sejam iniciadas as obras”, referiu o candidato, que encabeça a petição pública “Por uma Avenida da Boavista Verde, Humanizada e Sustentável”, cujo objetivo é suspender a execução da segunda fase do metrobus na Boavista, entre a zona do Pinheiro Manso e da Anémona, e alterar o projeto, mantendo a ciclovia existente e salvaguardando as árvores.
Lançada na quarta-feira, a petição reúne, segundo Pedro Duarte, cerca de “quatro mil” subscrições, “entre as assinaturas online e em papel”, e colhe a concordância do presidente da Câmara, Rui Moreira, que defende que não se justifica um canal exclusivo para metrobus na zona central da avenida.