Depois de uma espera que se alongou até ao início da madrugada deste domingo, Pedro Duarte teve a certeza de que irá sentar-se na sua "cadeira de sonho" nos próximos quatro anos, para governar o Porto.
Corpo do artigo
"Foi uma candidatura especial e difícil", com "muitos adversários e fortes", reconheceu o social-democrata, que no discurso de vitória afirmou que "o Porto não elegeu só um novo presidente da câmara", mas "também um novo líder para o norte de Portugal". E sublinhou: "O Porto elegeu hoje uma voz que se vai levantar contra o centralismo exacerbado no nosso país".
A expectativa manteve-se até ao último instante e foram horas vividas sob suspense, com a sede de campanha da coligação "O Porto somos nós" (PSD/CDS/IL) a entusiasmar-se e a desmobilizar ao sabor das notícias e projeções que iam desfilando na televisão ao longo da noite.
Foto: Pedro Correia
O empate - e o impasse - entre o social-democrata Pedro Duarte e o socialista Manuel Pizarro prolongou-se até ao último minuto, quase com cada voto a contar até que pudesse ser conhecido o vencedor da segunda câmara do país. Os festejos eufóricos do início da noite no quartel-general do social-democrata, na Avenida dos Aliados, numa reação dos apoiantes às primeiras projeções da noite eleitoral que já davam uma ligeira vantagem ao ex-ministro dos Assuntos Parlamentares de Luís Montenegro, seriam um prenúncio dos resultados das autárquicas no Porto. Ainda que muito renhidos.
Foto: Pedro Correia
À chegada à sede de campanha, após o fecho das urnas, Pedro Duarte, que disputava a autarquia taco a taco com o socialista Manuel Pizarro, garantia estar "preparado para todos os cenários", confessando, por isso, não ter qualquer discurso preparado para a noite, avisando que iria seguir a emoção do instante. E quis começar por saudar os restantes 11 candidatos, "em especial Manuel Pizarro", que considera que "continuará disponível para ajudar a cidade".
Era meia-noite em ponto quando a sede de campanha voltou a explodir num sonoro "o Porto somos nós", à entrada do ministro da Defesa, o centrista Nuno Melo. Enquanto as ondas de festejos ora se levantavam, ora amainavam, Pedro Duarte manteve-se numa sala reservada, com a família, a aguardar "tranquilo e sereno" - como dissera à chegada, ao final da tarde - pelos resultados oficiais.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, chegou aos Aliados pelas 1.30 horas, para cumprimentar o recém-eleito autarca portuense, que acabava de prometer que irá ser um "presidente livre e independente".
Jurista vai ditar leis na liderança da autarquia
Licenciado em Direito, com mestrado em Economia Internacional e Estudos Europeus e doutoramento em Estudos de Desenvolvimento, Pedro Duarte, 52 anos, começou na JSD, estrutura de que foi presidente, um percurso político que o levou a deputado na Assembleia da República, entre 1999 e 2011, a secretário de Estado da Juventude no Governo de Pedro Santana Lopes e nomeado ministro dos Assuntos Parlamentares em 2024.
Em termos locais, foi membro da Assembleia de Freguesia de Ramalde (1993-97) e da Assembleia Municipal do Porto (1997-2001).
Pedro Duarte dirigiu a campanha de Luís Filipe Menezes na candidatura do social-democrata à Câmara Municipal do Porto em 2013, eleições que seriam ganhas pelo independente Rui Moreira. Três anos depois, foi diretor nacional da primeira campanha presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa.