Peixe e marisco da lagoa de Óbidos em risco por falta de ligação ao mar
Profissionais e autarcas denunciam consequências graves, decorrentes da acumulação de areia, aumento da temperatura da água e invasão de algas.
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A falta de uma ligação permanente entre a lagoa de Óbidos e o mar está a "afetar de uma forma preocupante" a produção de peixe e de marisco, da qual vivem agora apenas 100 profissionais, 80 dos quais não têm outro rendimento. A garantia é dada ao JN por Sérgio Félix, presidente da Associação de Pescadores e Mariscadores dos Amigos da Lagoa de Óbidos. Tal como os autarcas de Óbidos e das Caldas da Rainha, defende a retirada de areia da lagoa, para garantir a conservação das espécies. No dia 23 de outubro, o secretário de Estado das Pescas e do Mar, Salvador Malheiro, vai ao local.
"É importante desassorear a lagoa, pois, quando não há ligação ao mar, o peixe e o marisco não ficam em condições de serem comidos, e não podemos trabalhar", justifica Sérgio Félix. Uma das intervenções proposta passa por "rebaixar um metro" o Cabeço do Areinho, uma "espécie de ilha", numa área de 30 dos 60 hectares, para aumentar a produção de marisco e de peixe, operação estimada em menos de um milhão de euros. "A lagoa de Óbidos é um diamante em bruto, mas falta lapidar a parte que tem mais valor."