Chegou-se a temer o pior, mas, ontem, receberam do ministro das Pescas sinais de que afinal a captura do meixão à tela não vai acabar no Minho pelo menos até à próxima época. Continua o único do país onde é permitida a apanha da espécie paga a peso de ouro.
Corpo do artigo
Quase três meses depois de os pescadores das duas margens do Minho se terem manifestado contra a eventual proibição da utilização da tela na pesca do meixão (uma rede de malha fina que se estende nas proximidades da foz quando a maré enche e que forma uma espécie de muro subaquático onde o espécime fica preso), o ministro da Agricultura e Pescas, António Serrano, deslocou-se a Vila Nova de Cerveira, para se sentar à mesa com as três associações de pesca da região.
Optimismo
O governante não foi claro quanto ao futuro daquele tipo de captura - disse apenas que não será este ano ainda que a decisão sobre a matéria será tomada porque ainda estão a ser realizados alguns estudos -, mas os pescadores depreenderam das suas palavras que têm razões para estar optimistas. "Concretamente para o próximo ano temos quase a garantia de pescar quatro luas (nas fases de Lua Nova dos meses de Novembro, Dezembro, Janeiro e Fevereiro)", afirmou António Felgueiras da Associação de Pescadores para a Preservação do Rio Minho, após o referido encontro, onde a palavra de ordem foi "preservação dos recursos".
"Se fosse o pescador que estivesse a dizimar a enguia no rio Minho, nós próprios eramos os primeiros a acabar com a pesca do meixão, mas como nós temos a certeza que não somos os únicos, há outros factores como a poluição, somos a favor de se continuar", explicou.
"Esta é uma questão técnica, não é uma questão de política, não é o Governo que decide suspender, o Governo aí não intervém directamente nessa matéria. É uma comissão que representa as várias entidades e são eles que têm de decidir em função da informação que tiverem, mas eu penso que durante este ano não haverá condições para fazer essa suspensão", declarou António Serrano.