<p>A existência de várias denúncias levou a Polícia Marítima a desencadear ontem uma operação de combate à apanha ilegal de marisco na praia do Forte Novo, em Quarteira. Das dez pessoas fiscalizadas, só duas tinham licença.</p>
Corpo do artigo
A acção surpreendeu todos os que, nos últimos dias, têm aproveitado o tempo ameno e as marés baixas para capturar bivalves. Elementos da PM vigiaram o local e, por volta das 6 da manhã, deram início à operação. Dez mariscadores foram identificados. Apenas dois estavam em situação legal. Os restantes oito, apanhados em flagrante, não possuíam a licença obrigatória.
Na altura, a maioria estava dentro de água e utilizava arrastos de cintura, sete dos quais foram apreendidos. Segundo o comandante da Zona Marítima do Sul, Marques Ferreira, "largas dezenas de quilos de conquilha e berbigão foram devolvidos ao mar". Aos infractores foram instaurados processos de contra-ordenação e as multas variam entre os 250 e os 600 euros.
A presença dos mariscadores ilegais nas praias de Quarteira é mal recebida por aqueles que têm a actividade registada e já tem provocado acesas trocas de palavras. "Não pagam impostos e vendem mais barato a restaurantes e cafés da zona. Além de estragarem o negócio, dão cabo das espécies porque apanham até o marisco com tamanho mais pequeno", criticam, recusando ser identificados, com medo de represálias.
O arrasto de cintura é uma draga manual constituída por uma armação em ferro e, na parte inferior, uma pá com uma rede onde fica armazenado o marisco. É puxado por um cabo de madeira, preso à cintura com uma cinta e utilizado junto ao areal na maré baixa. É permitido, mas apenas para quem tem licença emitida pelas capitanias, sendo proibido na ria Formosa. Se a apanha for feita manualmente e para consumo próprio é permitida até ao limite máximo de cinco quilos.