Portinho está há três anos sem sinal luminoso. Docapesca garante que irá colocar um provisório na próxima semana.
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Os pescadores de Vila Praia de Âncora estão há cerca de três anos sem farol para os orientar nas saídas para o mar e nos regressos a terra. A situação tem sido alvo de queixas da comunidade piscatória, que se socorre do conhecimento das rotas marítimas e da própria experiência, para, à falta do sinal luminoso, "navegar à vista".
A questão foi levantada, recentemente, por Liliana Silva, deputada pelo distrito de Viana do Castelo (PSD). Enviou um alerta à Direção de Faróis, que reconheceu "a pertinência" do tema, do qual tinha conhecimento e remetendo o caso para o Ministério da Defesa. O JN contactou a tutela, que informou que, fruto de alterações à legislação, a responsabilidade do farol está sob a alçada da Docapesca, que respondeu ter tomado "conhecimento da situação, pelo que, na próxima semana, será colocada uma lanterna provisória, em coordenação com a Direção de Faróis". E adiantou que "em setembro, foi efetuado um levantamento de necessidades para a reabilitação profunda da infraestrutura", na sequência do qual "será agora realizado o procedimento concursal da empreitada, para que esta tenha início até final do ano, e onde se incluirá também a colocação da lanterna definitiva".
Cerca de 70 barcos de pesca
Segundo Vasco Presa, presidente da Associação de Pescadores Profissionais e Desportivos de Vila Praia de Âncora, a situação afeta "cerca de 70 embarcações, de pesca e turísticas". "O não funcionamento do farol há três anos tem impacto na questão da segurança. O porto está nas condições que está, com muita areia [assoreado], e é perigosíssimo entrar e sair. O farol é uma referência para garantir visibilidade", comenta, explicando que está em causa um de dois faróis que funcionam "alinhados" nos molhes do portinho de Vila Praia de Âncora. "Um, o de terra, está mais abrigado e funciona, mas o do exterior está sem funcionar. Sem um [dos sinais luminosos] não temos referência de uma linha direta de segurança para entrar no porto", denuncia, explicando que, face à situação, as embarcações se socorrem dos velhos métodos de navegação.
"Navegamos à vista, com precaução, mas é difícil entrar e sair [da barra]. Já têm acontecido situações de risco, de embarcações que passaram por dificuldades", afirma. Após a avaria, em 2016, aquela associação terá alertado para o problema, mas continua por resolver. "Não sabemos qual será o problema. Alguma coisa falhou, porque já cá vieram e continua na mesma", conclui Vasco Presa.