PGR abriu inquérito ao caso do diagnóstico que demorou "36 horas" em Viana do Castelo
A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou, esta quarta-feira, a instauração de um inquérito ao caso de um diagnóstico de enfarte do miocárdio que demorou "36 horas" na Unidade Local de Saúde (ULS) do Alto Minho, em Viana do Castelo.
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Em resposta enviada ao "Jornal de Notícias", o gabinete de imprensa da PGR informou que se "confirma a instauração de inquérito, que teve origem em queixa", e que está no DIAP de Viana do Castelo.
Em causa está uma queixa-crime apresentada por um homem de 48 anos, Ricardo Gonçalves, que alega ter esperado "36 horas" por um diagnóstico definitivo no hospital de Viana do Castelo, depois de ali ter dado entrada, no dia 18 de outubro de 2023, com sintomas de enfarte, que se terão começado a manifestar durante um treino de crossfit num ginásio local.
A vítima acusa o hospital da ULS do Alto Minho de, tanto na triagem - em que lhe foi atribuída pulseira amarela - como no atendimento médico, os profissionais de saúde terem associado sempre os seus sintomas a "dores musculares decorrentes do esforço físico" e de o medicarem com analgésicos. Só terão manifestado a "primeira suspeita" de enfarte "na noite de 19 para 20 de outubro".
Ricardo queixa-se ainda de que foi decidida a sua transferência para o hospital de Braga, uma vez que o de Viana "não faz cardiologia de intervenção", tendo esta sido recusada no destino. Só foi transferido no dia seguinte para a unidade, onde lhe foi feito "um cateterismo a sangue frio", com a justificação de que não havia tempo para anestesia, dada a alegada gravidade do seu estado clínico.
O caso foi divulgado na segunda-feira pela CNN/TVI e, na terça-feira, a ULS do Alto Minho acabou por anunciar a abertura de um inquérito interno, justificando que "teve conhecimento da situação através da comunicação social, não tendo sido efetuada [pelo queixoso] qualquer exposição ou reclamação nos canais internos da instituição".