<p>A Philips RCS (Remote Control Systems) anunciou esta terça-feira que vai fechar a unidade em Ovar, atirando 70 trabalhadores para o desemprego. A empresa já deu início às negocia-ções que não têm agradado a todos os colaboradores. </p>
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Segundo Francisco Horetijuela, do departamento de comunicação da Philips Iberia, "a direcção da empresa, com o objectivo de descentralizar a produção, decidiu mudar a localização da produção para a China, o que levou ao inevitável término da unidade de Ovar". Francisco Horetijuela disse ainda, ao JN, que, "neste momento, a direcção está a reunir-se individualmente com cada colaborador, fazendo a sua proposta de rescisão".
"Por enquanto, as negociações estão a decorrer de uma forma pacífica, mas ainda é muito cedo para falar, uma vez que, as negociações começaram há pouco tempo e ainda há muitos trabalhadores com quem conversar. No entanto, penso que a situação vai resolver-se da melhor forma porque a empresa está a fazer tudo para que os seus colaboradores saiam o mais satisfeitos possível", referiu.
Uma trabalhadora da empresa, que pediu o anonimato, confirmou ao JN, a situação que a Philips RCS está a viver. "É verdade que a empresa iniciou o processo de negociação, mas não de despedimento colectivo, até porque não tem fundamentos para proceder como tal, sendo o deslocalização para a China unicamente uma decisão estratégica que infelizmente nos vem afectar a todos", disse.
Confrontada com a forma como as negociações estão a decorrer, revelou que "os trabalhadores estão descontentes com as propostas feitas", uma vez que "até à data só houve negociações com os elementos da direcção", a quem foram feitas propostas "bem diferentes das feitas aos restantes trabalhadores".
"Nesta fase inicial, ainda só foi feita a proposta a alguns colaboradores, que aguardam ainda a resposta às suas contrapropostas. Afinal estamos a falar de negociações de rescisão por mútuo acordo e não decisões unilaterais. Esperamos que a Philips reconheça que todos trabalhamos de igual forma para os objectivos da empresa, apesar de em posições diferentes e, já por isso, com salários diferentes", referiu.
"Queremos, como colaboradores, acreditar que o prémio de sustentabilidade que a empresa detém, significa também que a direcção garante que todos os seus colaboradores são tratados em igualdade de circunstâncias, não aumentando por isso as já grandes diferenças salariais atribuindo valores de negociação muito maiores à direcção do que aos restantes colaboradores", explicou ainda. A trabalhadora declarou ainda que "todos desejam que a situação se resolva o mais rápida e pacificamente possível, mas que não vão abrir mão dos seus interesses".
O JN contactou o Sindicato das Indústrias Eléctricas do Norte e do Centro, que não teve em tempo útil qualquer reacção.