Feira gastronómica começa sexta-feira, em Monção, com 300 carneiros para assar e reservas de vários países.
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Um alguidar gigante, a simular o típico que é usado para assar no forno o cordeiro com arroz à moda de Monção, está colocado no cimo do pórtico de entrada da Feira da Foda, que começa esta sexta-feira na freguesia de Pias. A organização, a cargo da junta, tem preparados 300 carneiros e 900 quilos de arroz para servir 7000 doses, com o apoio de um restaurante local, que possui fornos a lenha. instalou três tendas gigantes com zonas de refeição, animação, tasquinhas e expositores de vários setores, do vinho à doçaria, passando pelo artesanato e máquinas agrícolas.
Após um interregno de três anos devido à pandemia, a "aldeia da foda" espera receber até domingo a maior enchente de sempre. "Temos reservas online e como temos acesso às moradas, sabemos que vêm pessoas de Estremoz, Porto, Lisboa, Alentejo, Brasil, Suíça, França, Espanha, EUA, Austrália", contou Diana Pereira, que faz parte da equipa da junta, que estes dias não tem tido sossego para pôr o evento de pé. Tanto Diana como as colegas Erica Afonso e Vanessa Pombo, realçam o "nome peculiar, que faz parte da tradição". "Traz muitas pessoas à freguesia, o que é ótimo para o turismo e para a região", ri Diana.
A Feira da Foda nasceu inspirada numa feira de gado centenária em Pias (ler história ao lado), em declínio, e que a junta relançou com a vertente gastronómica em 2017. "O tom pejorativo [da palavra foda] que podia ter com a feira há 40 ou 50 anos, acabou por ter um resultado feliz em tempos modernos, que nos permite tirar proveito e funcionar de uma maneira muito positiva", afirma Gaspar Castro, comentando que "foi um termo que se enraizou" na região.
O cordeiro que será servido na feira a 17 euros a dose, vai ser assado por Fernando Pedreira e a mulher Ana, do café "Encontro". "Vai ser a maior feira de sempre", acredita o cozinheiro.
Na última edição em 2019, a iniciativa recebeu "40 mil pessoas". Por causa da "saudade" da foda, Pias espera "mais" excursões e até a presença do pároco local, Jorge Silva, que passará o pórtico pela primeira vez.
A história do nome
Reza a história que havia alguns produtores de gado que, para vender pelo melhor preço os cordeiros, punham-lhes sal na forragem, o que os obrigava a beber muita água, inchado-os assim nas vésperas de os levar para as feiras. Os incautos habitantes do burgo que não sabiam da manha compravam os animais de aspeto gordo e pesado", mas quando se apercebiam do logro, exclamavam à boa maneira minhota: "Que grande foda!". Estava dado o mote para a feira em Pias.