O presidente da Câmara Municipal de Espinho, Pinto Moreira, apelida de "farsa" e "presente envenenado" o processo de eleições das Comissões de Coordenação de Desenvolvimento Regional (CCDR), optando por não participar na eleição da CCDR-Norte.
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"Não estou disponível para participar numa autêntica farsa. Desde logo porque este processo não é mais do que uma forma dissimulada de fazer a regionalização", considera o autarca de Espinho.
Pinto Moreira, que afirma não ser regionalista, mas antes "um fervoroso municipalista", refere que estas eleições são uma forma "dissimulada de fazer a regionalização, evitando-se assim um referendo sobre a matéria e mesmo as já conhecidas reservas do Presidente da República sobre este dossier".
O presidente da Câmara Municipal afirma que o processo de eleição constitui "um verdadeiro presente envenenado", "mesmo para os defensores da regionalização", justificando que o Governo reserva para si "o poder de demitir os Presidentes das CCDRs, eleitos pelos Presidentes das Câmaras Municipais".
Considera, ainda, "bizarro" e "paradoxal", que um processo que se diz de descentralização "tenha sido decidido da forma mais centralizada possível por duas pessoas que se sentaram à mesa em Lisboa e combinaram entre eles quem fica com o quê".
"Os autarcas não vão votar livremente, porque tudo está já decidido à partida. Repito, de forma centralizada", justificou Pinto Moreira afirmando que, por esses motivos, não participará na votação do próximo dia 13 para a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), nas quais o único candidato à presidência é António Cunha, antigo reitor da Unidade do Minho.
Também o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, tinha já assumido que não vai votar nas eleições em causa.