<p>É a única empregadora de Fontarcada depois do encerramento da Lear, na Póvoa de Lanhoso. Anteontem, quarta-feira, morreram dois funcionários na empresa de explosivos "Moura Silva e Filho", a fábrica que, mesmo assim, continua, a alimentar 50 famílias.</p>
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"Já se fez um abaixo-assinado para que a empresa saia da freguesia mas não deu em nada. A fábrica está certificada, o acidente foi um grande azar", disse, ao JN, António Pereira, presidente da Junta de Fontarcada, na Póvoa de Lanhoso. Anteontem, duas pessoas morreram quando procediam à queima de resíduos da empresa de explosivos.
Alice Oliveira, de 47 anos, vivia na freguesia de Oliveira, e Adelino Rodrigues, de 55 anos, morador na Póvoa, estavam a queimar resíduos da empresa, entre eles, material considerado deteriorado e as caixas de transporte dos explosivos. As causas do acidente estão ainda por apurar e, segundo o tenente Silva Pereira, da GNR da Póvoa de Lanhoso, "todas as hipóteses são possíveis". Entre elas, a de, no meio dos resíduos, haver algum explosivo.
Maior empregadora
A empresa, com 50 funcionários, é a maior empregadora de Fontarcada, depois do encerramento, há cerca de dois anos, da multinacional Lear, que empregava três mil pessoas. "Com trabalho directo e indirecto é a 'Moura Silva e Filho' que dá trabalho à população", salientou, ainda, António Pereira.
"A fábrica não está longe das habitações. Está a cerca de 150 metros. Contudo, o local onde se efectuam as queimadas do lixo é mais longe", referiu um morador. O local foi construído propositadamente para o efeito, funcionando como uma espécie de forja, evitando a proximidade entre as chamas e os trabalhadores.
Os funerais das vítimas deverão realizar-se apenas no fim-de-semana. Adelino Rodrigues regressou definitivamente da Suíça onde esteve emigrado e onde ainda tem familiares a trabalhar. A chegada a Portugal da família das duas vítimas está a condicionar a data dos funerais. Ontem, a empresa esteve em funcionamento mas, a administração, não prestou informações.