Investimento de 50 milhões está em curso, mas sem a ampliação, apesar do aumento de passageiros.
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O plano de investimentos para reforçar a capacidade do Aeroporto Francisco Sá Carneiro não prevê a ampliação para duas pistas. A ideia, conforme noticiou o JN, é dar continuidade aos projetos em curso desde o ano passado e que representam um custo de 50 milhões.
A construção de mais uma pista é reclamada por entidades ligadas ao turismo, lembrando que o Sá Carneiro bateu recordes em 2024, com 16 milhões de passageiros. Mas nem o Governo nem a ANA, gestora do equipamento, preveem a ampliação.
Aumentar a capacidade em todos os subsistemas, com a reformulação dos acessos viários ao aeroporto, implementação de soluções tecnológicas no check-in de passageiros, aumento da área de controlo de segurança, aumento do Airport Lounge, criação de mais uma porta de embarque internacional e melhoria das condições de transferência com origem Schengen são as ações preconizadas pela ANA. A intervenção prevê ainda "o aumento da capacidade na área de bagagem de partidas e de circulação das aeronaves na plataforma principal", além "da melhoria das condições operacionais da pista". Tudo deve ficar pronto "até meados do próximo ano".
"Muita ambição"
Apesar de não estar prevista uma nova pista, o Governo ambiciona levar o aeroporto internacional do Porto até aos 40/45 milhões de passageiros, como assinalou o secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Espírito Santo, na sessão de comemoração dos 10 anos da easyJet no Sá Carneiro, na passada quarta-feira.
"Temos que ter muita ambição para o Aeroporto Francisco Sá Carneiro. Precisamos que seja o aeroporto de referência de todo o Noroeste da Península Ibérica. Precisamos de atrair passageiros da Galiza", afirmou o governante.
"O projeto de expansão do aeroporto foi anunciado há dois anos e até agora não há nada. Temos de pensar nisto com muita seriedade, para que não aconteça o mesmo que em Lisboa. A capacidade ainda não está ultrapassada mas já está muito perto do limite", observou ao JN o presidente da APHORT - Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo, Rodrigo Barros, no mês passado.
Já o presidente da Associação Comercial do Porto, Nuno Botelho, entende que a ampliação não será necessária. "Vamos passar a ter menos passageiros no aeroporto e melhores passageiros, com maior poder de compra. E esse é o grande desafio. Nos próximos anos, temos de olhar para o turismo com cuidado para não desvirtuar o destino e cuidar da oferta", disse, também no mês passado, ao JN.