Industriais e produtores de cortiça têm, desde ontem, em Coruche, um local onde podem negociar directamente, a Plataforma de Transacção de Cortiça, promovida pela Associação de Produtores Florestais de Coruche e Limítrofes.
Corpo do artigo
A funcionar este fim-de-semana no pavilhão onde decorre a Feira Internacional da Cortiça (Ficor), a plataforma passa a realizar-se semanalmente, à quarta-feira, no Observatório do Sobreiro e da Cortiça.
O presidente da Câmara Municipal de Coruche, Dionísio Mendes, disse à agência Lusa que o objectivo desta bolsa é "procurar intervir no mercado", ou seja, "dar visibilidade ao que é a produção de cortiça numa altura em que se estão a fazer os negócios relativamente à tiragem da cortiça". "Os produtores deixam tirar dos seus sobreiros uma amostra, a chamada cala, que é trabalhada e depois colocada num sítio público permitindo que os industriais se apercebam da cortiça que está para vender, que tipo qualidade têm e formem o preço", explicou.
Um ovo de Colombo
"É um ovo de Colombo, mas ninguém a tinha ainda feito. Creio que é mesmo a primeira bolsa de cortiça a nível mundial", referiu o autarca, sublinhando que esta é uma aposta para reforçar" a capitalidade de Coruche no mundo da cortiça".
Na inauguração da FICOR, esteve ontem o ministro da Agricultura, António Serrano. Mesmo antes de conhecer a mostra, fez questão de recordar que este sector representa 800 milhões de euros nas exportações e emprega cerca de 12 mil pessoas.
"Num momento de profunda crise é importante dizer que a fileira florestal representa validade e esperança muito importante para todos" afirmou, recordando que a floresta "contribui, praticamente, com 3% do Produto Interno Bruto do país, tendo ajudado no incremento das exportações".
Dirigindo-se aos produtores presentes, António Serrano felicitou-os por continuarem a apostar num sector "cujo investimento é feito a longo prazo", admitindo que estes são "investidores especiais", dado que trabalham "não para tirar rendimento no imediato, mas para as gerações futuras".
O ministro gostou de ouvir os empresários que apostaram na modernização e na inovação dos produtos e que agora, admitem, têm um grande problema por resolver: "Não conseguem dar resposta aos pedidos".
* COM LUSA