O ultramaratonista em ciclismo Tiago Cação foi obrigado a suspender o Projeto 278, em que se propunha a fazer seis mil quilómetros para entregar uma carta em defesa da mobilidade urbana em todos os municípios de Portugal continental. O atleta está internado em Barcelos com uma pneumonia bilateral de origem bacteriana.
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A viagem de Tiago Cação, que começou na segunda-feira, terminou rapidamente. Após ter percorrido 340 quilómetros nas primeiras 29 horas, o atleta deu entrada no Hospital Santa Maria Maior, em Barcelos, com um nível de oxigénio no sangue de cerca de 80%. Deverá ficar internado durante duas semanas para tratar a pneumonia bilateral que lhe foi diagnosticada e que não foi detetada nos exames fisiológicos que realizou no sábado num centro especializado.
De acordo com um comunicado enviado ao JN, Ryan Le Garrec, realizador belga que tem estado a documentar a viagem de Tiago Cação, substituiu, esta quarta-feira, o ultramaratonista e fez o percurso de bicicleta de 110 quilómetros entre Barcelos e Guimarães, fazendo chegar as cartas a sete autarquias: Esposende, Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Trofa, Vila Nova de Famalicão, Santo Tirso e Guimarães.
"É muito frustante"
Tiago Cação tinha a meta diária de percorrer cerca de 240 quilómetros ao longo do mês de junho para entregar cartas com o objetivo de sensibilizar os municípios antes das eleições autárquicas para a necessidade da mudança de paradigma nas políticas urbanísticas e de mobilidade.
Na segunda-feira, o atleta entregou cartas no Porto, Matosinhos, Maia, Melgaço, Monção, Valença, Vila Nova de Cerveira, Caminha, Viana do Castelo, Ponte de Lima, Paredes de Coura, Arcos de Valdevez, Ponte da Barca e Terras de Bouro. Já na terça-feira passou por Vieira do Minho, Póvoa do Lanhoso, Amares, Vila Verde, Braga e Barcelos.
A partir de agora, ainda não é possível prever quando será retomado o Projeto 278, mas a intenção de Tiago Cação é concluí-lo assim que possível.
“Independentemente do prazo, do formato, o Projeto 278 é para concluir de bicicleta e todas as autarquias irão receber esta missiva a apelar a uma transformação da mobilidade urbana que proteja todos”, garantiu o atleta. “É muito frustrante ser obrigado a interromper esta missão tão cedo, principalmente quando me sentia em condições para o fazer, não fosse esta pneumonia que se fez sentir ontem. Mas é essencial que a discussão deste tema se continue a fazer”, rematou.