Polémica transportes em Viana: "Não há impasse, nem conflito da iniciativa do município"
O presidente da câmara de Viana do Castelo, Luís Nobre, declarou esta terça-feira que "tem sido um agente ativo para encontrar uma solução equilibrada e sustentável" para os transportes públicos no Alto Minho.
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Defendeu que não é da sua responsabilidade o impasse que afeta algumas linhas dos serviços de transporte urbano e interurbano naquele concelho, no âmbito de um braço de ferro que envolve o grupo AVIC por causa da atualização dos apoios estatais à operação. Considera que aquele é um problema que deve encontrar solução por via de negociação ao nível da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho.
"Não há impasse, nem conflito da iniciativa do município", afirmou Luís Nobre, em declarações à imprensa hoje de manhã, à margem uma sessão comemorativa dos 766 anos do Foral Afonsino de Viana do Castelo.
Recorde-se que o grupo AVIC reclama uma atualização das compensações por Obrigações de Serviço Público (OSP), que, desde a pandemia de covid-19, suprem os prejuízos da operação dos transportes públicos. O grupo alega "subcompensação" e prejuízos decorrentes também da inflação e reivindica que o apoio suba para "285 euros até 100 quilómetros percorridos por autocarro/dia". Argumenta que o valor proposto pela câmara "não cobre os custos" de exploração.
A autarquia fixou uma contraproposta de "285 euros até 125 quilómetros por autocarro/dia".
"Há um processo de negociação e num processo de negociação, as partes vão construindo, caminhando num ponto de encontro. Não podemos ter dois pontos de partida e alguém ficar no seu ponto de partida e aguardar que a outra parte chegue a esse ponto original. Poderá um dia chegar mas é muito mais complexo", defendeu.
O autarca afirma que "foi sempre um agente ativo para encontrar a solução" e que este "é um processo que tem de ser gerido pela Comunidade Intermunicipal". "Somos a autoridade de transporte nos transportes urbanos, mas os intermunicipais dependem da CIM", sublinhou, defendendo que é necessário encontrar "uma solução sustentável para os transportes" da região.
No que toca ao impasse negocial com o grupo AVIC, que tem três empresas a operar no terreno (Transcunha, AutoViação do Minho e António dos Prazeres), Luís Nobre, realça que há "operadores que aceitaram" os valores propostos pela autarquia. "Porque é que é viável para uns e não é viável para outros? Se não tivéssemos entendimento com nenhum operador entendia esta questão, mas já nos entendemos com outros", nota.
O grupo AVIC tem apelado à Autoridade da Mobilidade e Transportes (AMT), para que intervenha nesta situação. O Jornal de Notícias questionou a AMT, por duas vezes, mas não obteve qualquer resposta até ao momento.