
O Comando da Polícia Municipal do Porto esclareceu, esta quinta-feira, que na desocupação da antiga escola da Fontinha "apenas cumpriu a sua obrigação profissional de reposição da legalidade", rejeitando "as mentiras publicadas" e garantindo que a biblioteca se encontra "intacta".
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Em comunicado enviado às redações, o Comando da Polícia Municipal afirma que, "nos últimos dias, a comunicação social tem vindo a noticiar de forma leviana que a Polícia Municipal teria destruído equipamentos pessoais e de apoio social que se encontravam nas instalações da Escola da Fontinha, na altura em que a polícia foi obrigada a desocupar coercivamente o local".
"A Polícia Municipal, assim como todos os outros elementos envolvidos na desocupação, apenas se limitaram a desobstruir os locais de acesso para permitir a circulação no interior da escola, tendo igualmente retirado alguns objetos que, devido ao seu estado de deterioração, foram remetidos para os ecopontos", afirmam.
Assim, o comando da polícia esclarece "que apenas cumpriu a sua obrigação profissional de reposição da legalidade, em respeito pelos cidadãos e pela Câmara Municipal do Porto, da qual depende hierarquicamente".
"A biblioteca, que alguns pretendem fazer crer que foi destruída, encontra-se intacta, como aliás pôde ser observado, fotografado e filmado pelos jornalistas e por todos aqueles que ainda esta manhã (hoje) estiveram no local, incluindo os 'okupas'", acrescenta o comunicado.
Segundo a força policial, "curiosamente, o movimento Es.Col.A regressou esta manhã ao local apenas para reclamar o fogareiro que tem utilizado para as churrascadas, não demonstrando qualquer espécie de preocupação por mais nada".
Hoje, às 08:00, os funcionários da Câmara do Porto iniciaram os trabalhos para entaipar as entradas da escola da Fontinha, de onde foi retirado diverso material, como portas ou sanitas das casas de banho.
O objetivo é impedir a reocupação das instalações pelos ativistas do coletivo Es.Col.A, que agendaram para hoje à tarde, às 18:30, uma assembleia geral para decidir o que fazer depois da intervenção da Câmara do Porto.
No blogue do coletivo na internet pode ler-se uma publicação intitulada "antes emparedado do que ocupado", onde a Es.Col.A denuncia: "canalização destruída, sanitas e lavatórios para o lixo, haveres da Es.Col.A. retirados, mobiliário destruído, instalação elétrica propositadamente estragada".
"A Es.Col.A. está neste momento vazia e emparedada. Mais um espaço público devoluto de pessoas e bens, como a Câmara sempre quis", acusa o coletivo.
Na quarta-feira, 25 de Abril, milhares de pessoas ocuparam a antiga escola primária da Fontinha, quebrando o cadeado de proteção do portão e entrando no espaço.
Durante toda a tarde de quarta-feira, os ativistas retiraram as várias chapas de metal pregadas nas portas e janelas da escola, que tinham sido colocadas por trabalhadores da Câmara do Porto.
"s 22:00, de quarta-feira, a música foi desligada e as luzes da escola começaram a ser apagadas, tendo as pessoas arrumado as coisas e começado a abandonar a antiga escola primária da Fontinha para "não incomodar o bairro".
Saíram os ativistas e entrou a Polícia Municipal e depois os funcionários camarários. Desta vez, a intervenção da autarquia foi mais radical e incluiu a colocação de tijolos e a destruição das infraestruturas essenciais à continuidade do projeto Es.Col.A.
