A Associação de Bares da Zona Histórica do Porto reuniu-se com a secretária da Administração Interna, Isabel Oneto, pedindo mais policiamento nas áreas de animação noturna, incluindo o reforço da vigilância após o fecho dos estabelecimentos e a presença mais visível dos agentes nas ruas. Além disso, os empresários manifestaram preocupação com uma eventual redução da iluminação pública, por causa das medidas de poupança energética.
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"Uma boa iluminação pública também é uma excelente ferramenta para as forças de segurança. A criminalidade não se atreve tanto", observou António Fonseca, presidente da Associação de Bares da Zona Histórica do Porto (ABZHP). "Face às informações que têm surgido, no âmbito das medidas de poupança de energia, lembramos a importância da iluminação pública. E manifestamos a nossa preocupação com a sua eventual redução, que também pode ser uma forma indireta de levar ao encerramento dos estabelecimentos", constatou. Neste contexto, acrescentou Fonseca, vai ser pedida uma reunião com o Ministério da Economia.
O dirigente recordou que se aproxima a época dos empresários prepararem investimentos avultados, como as festas de passagem de ano, e que é importante saber que tipo de medidas vão avançar. E que é preciso acautelar os devidos apoios ao setor, se necessário, "para não acontecer o que se passou com a covid".
Numa altura em que a segurança da movida do Porto volta a ser posta em causa, com uma sucessão de incidentes violentos, António Fonseca assinalou à secretária de Estado a necessidade do policiamento ser mais visível e reforçado, designadamente no período após o fecho dos estabelecimentos. "É nessa altura que têm acontecido as ocorrências mais graves", referiu.
Por outro lado, continuou, deve ser dada especial atenção a espaços de animação que têm "públicos problemáticos". "Atenção, não estamos com isto a dizer que todos os empresários desses espaços se reveem nesses públicos e nos seus comportamentos", salvaguardou.
No decurso do encontro com a governante, a ABZHP também alertou para o facto de não estar a ser feita fiscalização à venda de álcool a menores. "Continuamos a ver muitos menores a beber na rua, de copo de plástico na mão, o que também continua a agravar o fenómeno do botelhão", sublinhou António Fonseca. "As autoridades têm que estar muito atentas. E esses empresários que vendem álcool a menores devem ser seriamente punidos", acrescentou.
"Não pedimos compromissos. Mas acreditamos que as preocupações que manifestamos não vão cair em saco roto. Até porque a senhora secretária de Estado conhece bem a realidade do Porto, onde foi governadora civil", concluiu António Fonseca.