Obra em Aveiro vai regular o caudal do rio e impedir a entrada de água salgada da ria que destrói os terrenos agrícolas do Baixo Vouga
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Dentro de um ano, se a chuva não atrasar a obra, dezenas de agricultores do Baixo Vouga vão ter menos uma dor de cabeça. A construção da ponte-açude do Rio Novo do Príncipe “está a correr bem”, afirmou esta terça-feira o presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves, e deverá estar concluída em meados de 2025. As comportas vão evitar cheias, impedindo a entrada de água salgada da ria nos terrenos agrícolas, com a destruição das colheitas e o alimento do gado, principalmente bovino.
A ponte-açude terá 80 metros de comprimento e um tabuleiro, aberto ao trânsito, com sete de largura, que ligará as duas margens do rio. É a obra mais cara no concelho de Aveiro e tem como titular a Comunidade Intermunicipal (CIRA). O investimento, “que irá ultrapassar os 11 milhões previstos”, admitiu Ribau, conta com 85% de comparticipação comunitária.
As declarações do edil foram feitas durante uma visita à ponte-açude, em Cacia, e contou com o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA). Pimenta Machado lembrou que a empreitada “está a ser acompanhada do ponto de vista ambiental por uma comissão”, por estar a ser feita numa zona onde existem espécies de peixes migradores, como a lampreia.
A obra vai também assegurar o caudal de água doce necessário à laboração da fábrica de pasta de papel da Navigator.
A ponte-açude não vai resolver os problemas da entrada de água salgada em todos os terrenos agrícolas do Baixo Vouga. Esse processo só ficará fechado quando for concluído o dique que ficou a meio. Esta empreitada está em fase de concurso público, estando orçada em 24,5 milhões de euros.
Novo acesso à Bosch
Ribau Esteves aproveitou hoje a oportunidade para anunciar uma nova estrada que vai ligar a Bosch à rotunda da ex-Renault. “Servirá para melhorar os acessos à Bosch, que está a ampliar a fábrica, passando dos atuais 1500 trabalhadores para 3000 dentro de dois anos”, justificou.