Cumprem-se no sábado 26 anos desde que um comboio passou pela última vez nos trilhos da Ponte Maria Pia. Apesar de inúmeras propostas, o monumento continua sem projeto definitivo de reabilitação.
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"Não se entende que uma obra com esta importância a níveis nacional e internacional não tenha merecido a atenção por parte das entidades responsáveis e do próprio Ministério da Cultura. É incompreensível que esteja abandonada", disse, ao JN, José Lopes Cordeiro, professor universitário e autor do livro "Ponte Maria Pia - A obra-prima de Seyrig".
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Atualmente sob a alçada da Refer, desde que foi encerrada, a ponte sofreu apenas uma intervenção de manutenção, em 2009. "A melhor maneira de a conservar é reutilizando-a", diz Lopes Cordeiro, apontando para um projeto com "mais de uma década" que visa transformar a ponte numa passagem ciclo pedonal, com uma zona de restauração do lado do porto e uma espécie de museu da "Casa Eiffel", do lado de Gaia.
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O monumento já foi alvo de várias propostas de reabilitação desde que encerrou. Em 2010, uma empresa portuguesa tentou tornar a ponte numa referência de "bungee jumping", em 2013 dois arquitetos tentaram movê-la para o centro da cidade do Porto e, em 2016, um arquiteto propôs um novo tabuleiro inferior suspenso por cabos de aço para uma passagem ciclo pedonal. Nenhum dos projetos avançou.
Em declarações ao JN, o presidente da Área Metropolitana do Porto, Emídio Sousa, diz não ter conhecimento de qualquer proposta aprovada para a reabilitação daquela infraestrutura.
Inaugurada em 1877 pela famosa "Casa Eiffel", a ponte foi a primeira ligação ferroviária entre as duas margens até 91, altura em que foi substituída pela ponte S. João por não reunir condições para a passagem de carruagens mais modernas e por só ter uma linha.
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