Lançada petição contra plano de gestão que prevê renovação em cerca de 363 hectares. Receia-se mais espécies invasoras e destruição de ecossistemas.
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O novo Plano de Gestão Florestal do Perímetro Florestal das Dunas de Ovar está a ser contestado por vários populares, que criaram uma associação e lançaram uma petição por recearem que o pinhal seja “dizimado”. Até 2038, o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) prevê o corte de árvores em 362,85 hectares para efeitos de renovação.
O plano anterior para aquela área já havia sido censurado por um grupo de pessoas. Mas o novo, que esteve em consulta pública em dezembro passado e prevê cortes de renovação numa área de 362,85 hectares, deixou muitos vareiros “chocados”, conta Filipe Cayolla que, em conjunto com outros interessados, criou a associação Mais Pinhal e lançou uma petição (alojada sob o título “Vamos salvar a floresta de Ovar!” no site https://peticaopublica.com/) para levar o tema a discussão na Assembleia da República, e, se necessário, ao Parlamento Europeu. Ontem à tarde, a petição tinha 3556 assinaturas, insuficientes ainda para o pretendido.
A questão, adianta Filipe Cayolla, não está apenas na “quantidade”. “Se me dissessem, vamos fazer cortes cirúrgicos espalhados pela floresta toda, batia palmas. (…) O problema é que fazem cortes rasos a áreas muito extensas, algumas que ultrapassam os 70 hectares, e deixam uma porta aberta para as espécies invasoras, que o ICNF não consegue controlar”, critica, explicando que o grupo chegou a essa conclusão ao sobrepor as áreas onde já foram feitos cortes e onde estão previstas novas intervenções do género ao longo dos próximos anos. Receia que o pinhal seja “dizimado”, inviabilizando os ecossistemas ali existentes.