A população da Moita, na Marinha Grande, manifestou-se, no sábado, contra a prospeção e pesquisa de depósitos minerais de areias siliciosas e argilas especiais, em Almoinha Velha. Período de consulta pública termina esta terça-feira. À exceção do município, a maioria das entidades consultadas dá parecer favorável.
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A população da Moita, na Marinha Grande, manifestou-se, este sábado, contra a prospeção e pesquisa de depósitos minerais de areias siliciosas e argilas especiais, em Almoinha Velha. A rejeição do pedido apresentado pela Aldeia, empresa dedicada à extração e comercialização de matérias-primas, conta com o apoio do presidente do município, Aurélio Ferreira, e do presidente da junta, Franklin Ventura.
“O nosso concelho foi fustigado nos últimos anos com os incêndios (2017) e com a tempestade Lesli (2018), destruindo mais de dez mil hectares, correspondendo a mais de metade do nosso território”, recorda a moção, subscrita pelos dois autarcas, e aprovada por unanimidade na reunião de Assembleia de Freguesia da Moita, de 28 de junho. “Permitir que se faça prospeção de areais silicosos e argilas especiais é continuar a destruição dos recursos da terra que nos restam.”
Animais ameaçados
Certo de que a prospeção terá como efeitos negativos a poluição das linhas de água, a destruição do arvoredo, a redução da qualidade do ar e o aumento do ruído, Aurélio Ferreira disse ao JN temer ainda pela vida de animais, como esquilos, raposas e javalis, que viviam nas matas nacionais, e se refugiaram naquele ecossistema, com 1.922 quilómetros quadrados, após os incêndios que destruíram 86% do pinhal de Leiria.
À exceção do município, as entidades ouvidas são favoráveis à prospeção e pesquisa, alertam para a necessidade de cumprir a legislação relativa à poda e abate de determinadas espécies, ou fazem depender a sua aceitação do parecer da Agência Portuguesa do Ambiente, que indica diversos condicionalismos. Até às 18 horas de ontem, participaram na consulta pública 134 pessoas. “Se a Direção Geral de Energia e Geologia não parar com este processo, o povo vai manifestar-se”, avisa o autarca.