População de Mouquim avança com providência cautelar para impedir fecho de escola
Os moradores em Mouquim, em Famalicão, vão interpor uma providência cautelar para tentar evitar o encerramento da escola primária da freguesia, informou, este domingo, um dos rostos da contestação.
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Segundo Francisco Silva, a decisão de avançar para os tribunais foi tomada no decorrer de uma reunião que juntou pais e encarregados de educação, Junta de Freguesia e população em geral.
"Avançamos com a convicção de que a razão está do nosso lado, não há nada que justifique o fecho da escola", referiu.
A escola de Mouquim tem 30 alunos e agora dispõe de "muito mais espaço" para o recreio do que o novo centro escolar para onde está prevista a transferência dos alunos, conta com três funcionários em permanência e situa-se no centro de freguesia, "num local de fácil acesso para todos".
Aquele encarregado de educação admitiu que a escola de Mouquim precisa de algumas obras mas garantiu que os pais já manifestaram predisposição para serem eles mesmos a efetuá-las.
"Toda a freguesia está contra o fecho da escola e já muita gente se ofereceu para ajudar as pagar as despesas com os tribunais", disse ainda.
O presidente da Junta de Freguesia, Carlos Fernandes, já garantiu à Lusa que o seu executivo também "está contra" o fecho da escola, sublinhando que acompanhará todas as decisões dos pais e encarregados de educação.
Com o fecho da escola de Mouquim, os alunos da freguesia serão transferidos para o novo Centro Escolar de Louro, a 2,5 quilómetros de distância.
A escola de Mouquim funciona apenas com duas salas, numa das quais os alunos do 1º ano têm aulas conjuntamente com os do 2º, enquanto a outra é partilhada pelos 3º e 4º anos.
É aquecida através de aquecedores e é servida pela cantina do jardim de infância da freguesia, que funciona num edifício contíguo.
Contactado pela Lusa, o vice-presidente da Câmara de Famalicão, Paulo Cunha, disse que compreende as razões dos pais mas sublinhou que o encerramento daquela escola está já há alguns anos previsto na Carta Educativa do concelho.
Disse ainda que a decisão de deslocar os alunos "não é da Câmara" mas sim da Direção Regional de Educação do Norte (DREN), "ao abrigo do quadro circunstancial" que fundamentou a candidatura do Centro Escolar de Louro aos fundos comunitários.
A obra custou cerca de 1,5 milhão de euros, 75% dos quais financiados por dinheiro do Quadro de Referência Estratégico Nacional.
"Este financiamento não seria concedido se não houvesse agregação de escolas", explicou.
