A sede da Junta de Freguesia de Alvite, em Cabeceiras de Basto, foi fechada a cadeado numa tentativa de impedir a realização de uma reunião do executivo municipal. A reunião, descentralizada, estava agendada para as 18 horas desta sexta-feira mas quando os serviços da Câmara chegaram à Junta depararam-se com um cadeado na porta e uma faixa de protesto.
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Em causa está a construção de um depósito de gás natural liquefeito que servirá para abastecer praticamente todo o concelho. Os protestos populares têm-se sucedido e o presidente da Junta de Freguesia dá razão ao povo.
"Não foi a Junta que promoveu este protesto mas percebo a indignação e a revolta das pessoas", disse ao JN Hélio Vaz. O presidente da Junta de Alvite coloca-se ao lado do povo até porque esta autarquia local emitiu parecer negativo à instalação. "A Câmara emitiu parecer negativo em 2021 mas agora aprovou o licenciamento", explicou.
Em causa está a proximidade a um aglomerado populacional significativo, o facto de se tratar da entrada nobre da freguesia e de ser a única saída em caso de alarme. "Além desses argumentos é também uma aberração paisagística porque não se enquadra", sublinha.
Hélio Vaz não tem dúvidas de que se trata de um perigo real para a freguesia e dá os exemplos de outros concelhos onde este tipo de instalações estão colocadas em zonas industriais. "Não estamos contra a vinda do gás natural, mas este local não é adequado. Na próxima semana entrará um processo contra o Ministério do Ambiente e contra a Sonorgás, a empresa que se pretende aqui instalar", anunciou Hélder Vaz.
No local, Francisco Alves, presidente da Câmara de Cabeceiras de Basto, recusou-se, por ora, a comentar o assunto.
Meia hora depois do estabelecido, a GNR cortou o cadeado e todo o executivo entrou para mais uma reunião de Câmara descentralizada.