<p>O porto da Figueira da Foz deve aumentar em 50% o volume de carga movimentada no prazo de seis anos, assim como apresentar resultados operacionais positivos. O desafio/alerta foi lançado, esta segunda-feira, pela secretária de Estado dos Transportes.</p>
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"Acreditamos ser possível até 2015 passar do actual cerca de milhão e duzentas mil toneladas por ano [cerca de 2,5 milhões de euros de proveitos], para um milhão e oitocentas", disse ontem Ana Paula Vitorino, na cerimónia de apresentação pública da nova administração do porto da Figueira da Foz (APFF).
Para atingir esse "objectivo ambicioso", a secretária de Estado afirmou contar com o "forte empenho" da comunidade económica regional e da Câmara Municipal da Figueira da Foz, promotores da futura plataforma logística prevista para os arredores da cidade, associada às intervenções em curso na infraestrutura portuária.
Um dos investimentos, o prolongamento do molhe Norte, estimado em 13 milhões de euros, deverá estar concluído em Março de 2010, lembrou Ana Paula Vitorino, salientando ainda o investimento de 6,5 milhões de euros na reabilitação do molhe Sul e molhes de guiamento do porto, "obra fundamental para a segurança e operacionalidade", concluída no Verão de 2008.
A intervenção que o Estado está a fazer no porto da Figueira da Foz, num total de 25 milhões de euros, inclui um milhão de euros para obras de dragagem do canal navegável e o prolongamento do terminal de granéis, "praticamente concluído", frisou Ana Paula Vitorino.
A governante prometeu reforçar a ligação do porto da Figueira da Foz ao tecido industrial e logístico nacional e internacional. Para o efeito, lembrou que a Refer está a proceder à reabilitação do ramal da Figueira, bem como a executar o terminal ferroviário que integra a Plataforma Logística a localizar a cerca de três quilómetros da estação ferroviária da cidade e a construir uma concordância, a montante desta estação, que permitirá o acesso directo ao referido ramal a partir da linha do Oeste.
Para além do aumento do volume de carga movimentada, a governante abordou, entre outros desafios, as "fortes mas realistas" expectativas que a nova administração possui do ponto de vista financeiro, frisando que a APFF "deverá, a breve prazo, apresentar resultados operacionais positivos". Objectivo que o presidente da APFF, José Luís Cacho, afirmou, ao JN, ser "perfeitamente possível".
Lembre-se que a APFF, que emprega 37 pessoas, é uma sociedade anónima de capitais exclusivamente públicos, detida a 100% pelo Porto de Aveiro, com o qual partilha o conselho de administração, mas com gestão autónoma.
Ana Paula Vitorino explicou que a tutela chegou a considerar a possibilidade da APFF ser uma empresa totalmente autónoma "participada directamente pelo Estado e na dependência directa do Governo, mas os estudos demonstraram que seria uma má opção". "Não teria a massa crítica necessária para se afirmar", frisou.