O Terminal Intermodal de Campanhã, as Casas Dona Leonor, a Escola Alexandre Herculano e a Universidade Lusíada estão no leque de edifícios que será possível visitar, entre fevereiro e julho, no âmbito do projeto Porto de Arquitetura, apresentado nesta quarta-feira. A cada uma das visitas está associado um debate.
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Numa iniciativa conjunta, a Câmara do Porto e a Casa da Arquitetura, localizada em Matosinhos, pretendem dar a conhecer um conjunto representativo da arquitetura contemporânea da cidade do Porto, menos valorizada ou que não teve ainda a merecida visibilidade, incluindo neste leque oito edifícios recentes ou que foram alvo de profundas obras de remodelação ou reabilitação.
As visitas serão gratuitas e requerem inscrição prévia, no site da Casa da Arquitetura, prevendo-se que os grupos possam ter entre 30 e 50 pessoas, mediante a capacidade do espaço. A primeira está agendada para o dia 24 de fevereiro e será no Terminal Intermodal de Campanhã, tendo como guia o arquiteto responsável pela obra, Nuno Brandão Costa.
Em todos os casos, as visitas serão guiadas pelos autores do projeto e começam às 16 horas. Em março, as portas abrem-se ao público no M.Ou.Co Hotel (atelier Arquitetos Aliados), logo no dia 2, sendo a tarde do dia 23 destinada à sede das empresas municipais GO Porto e Porto Ambiente (César Machado Moreira e Ricardo Caetano de Freitas).
No dia 20 de abril, os arquitetos do Atelier 15 (Alexandre Alves Costa, Sergio Fernandez e Miguel Ribeiro) vão falar sobre a requalificação da Escola Secundária Alexandre Herculano, uma das muitas obras de José Marques da Silva na cidade. A particularidade desta visita é que terá tradução em língua gestual portuguesa.
Em maio, no dia 18, será a vez das Casas Dona Leonor (Cerejeira Fontes Arquitetos), no bairro com o mesmo nome, exemplos de habitação social em dois novos edifícios erguidos paralelamente e que, no total, são constituídos por 70 casas onde residem 148 pessoas. O Porto de Arquitetura prossegue a 15 de junho, nas residências Dom Pedro V (Adriano Pimenta), que apresentam conceitos distintos.
Por fim, no mês de julho haverá duas visitas: no dia 20 à torre Hoso - BibCity (OODA Office), residência de estudantes localizada no maior polo universitário da cidade, na Asprela. E no dia 27 ao novo edifício da Universidade Lusíada (José Mendes Godinho), localizado perto do Parque da Cidade e do Museu de Serralves.
Na apresentação do projeto, que decorreu no Batalha Centro de Cinema - reaberto em 2022 depois de uma intervenção de fundo da responsabilidade do Atelier 15 -, o vereador Pedro Baganha, responsável do pelouro do Urbanismo, referiu que "a arquitetura merece ser celebrada" e justificou a escolha dos oito locais com o facto de corresponderem a "um conjunto de nova construção que não estava valorizada ou não estava a ter a visibilidade que merece".
"O Porto é reconhecidamente uma cidade de arquitetos", disse ainda, lembrando não só a designada "Escola do Porto" como o facto de a cidade ter "ter profissionais de excelência mundial".
Por seu turno, Nuno Sampaio, diretor-executivo da Casa da Arquitetura, referiu que os debates que vão seguir-se a cada uma das visitas e nos próprios locais irão incidir sobre "temas relevantes" e "muito transversais". O objetivo será "descodificar a arquitetura" e, em simultâneo, criar "consciência coletiva" para as temáticas.
O contributo da arquitetura nas obras de reabilitação dos centros históricos, a habitação de iniciativa pública ou privada ou as respostas ao alojamento de estudantes serão algumas das propostas a debater, tanto pelos autores dos projetos como por personalidades ligadas aos espaços.
As inscrições abrem cerca de 15 dias antes de casa visita.