Porto e Gaia foram os concelhos com mais pedidos de licenciamento para novas habitações, superando o número de Lisboa.
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Vila Nova de Gaia e Porto foram os concelhos que registaram mais pedidos para o licenciamento de novas habitações durante o ano passado: 3400 cada. Um número que supera o de Lisboa, que teve 2600, e que representa mais do dobro da média de requerimentos submetidos em cada um dos restantes municípios do Grande Porto, que foi de 1500. Os dados constam do Observatório Imobiliário de Gaia e foram divulgados ontem.
Das 3400 intenções de promoção imobiliária apresentadas à Câmara de Gaia, 1900 tiveram a aprovação dos serviços, o que reflete "um incremento da atividade no 2.º semestre do ano e um ritmo de licenciamento que duplica a média regional, que foi de 800 fogos licenciados por município", adianta o observatório, iniciativa apresentada no mês passado, na feira de imobiliário internacional Mipim, em Cannes, França, e que resulta de uma parceria entre a Câmara de Gaia e a Confidencial Imobiliário, entidade que fornece dados estatísticos sobre o setor.
Preços abaixo do Porto
"Este é o terceiro ano em que Gaia se afirma como o principal destino para o investimento em nova habitação no país, no contexto de um mercado que conjuga uma forte dinâmica da procura e preços médios de venda cerca de 27% abaixo do Porto", refere, em comunicado, a Confidencial Imobiliário, indicando que, "em 2024, os preços de transação de habitação no concelho atingiram os 2372 euros/m2, comparando com os 3256 euros/m2 praticados no Porto".
No Porto, e de acordo com dados revelados no mês passado pelo presidente da Câmara, "dos processos em curso na autarquia, há 1655 em obra, "dos quais 1357, ou seja, 82%, são de habitação". Rui Moreira referiu ainda que, dos processos em licenciamento, há 1766 projetos, dos quais 1345 são para casas. "Ou seja, 75,7% das obras previsíveis no futuro são para habitação", contabilizou.
"Os dados do Observatório Imobiliário de Gaia mostram o impacto da atração de investimento em habitação na valorização do concelho, onde o preço médio de venda dos fogos novos em 2024 foi de 3735 euros/m2. Este valor praticamente duplica o preço praticado na venda da habitação usada, que atingiu os 1963 euros/m2 no mesmo período", acrescenta o comunicado.
Em Gaia - terceiro concelho mais populoso do país, com mais de 300 mil habitantes e só superado por Lisboa e Sintra - em termos de vendas, no ano passado "foram transacionados 5900 fogos no concelho, traduzindo um aumento de 20% face ao ano anterior", o que significa que "o mercado exibiu uma trajetória de forte recuperação da atividade ao longo do ano, com o 4.º trimestre a transacionar 1700 fogos, ou seja, mais 48% do que os 1160 vendidos no período homólogo".
Canidelo com mais pedidos
As freguesias gaienses onde houve mais pedidos foram Canidelo, com 1220 fogos (36%), a União de Freguesias de Mafamude e Vilar do Paraíso, com 860 (25%) e a União de Santa Marinha e S. Pedro da Afurada, com 550 (16%). Os restantes pedidos distribuem-se pelas outras zonas litorais, havendo solicitações para 360 fogos (11%), e pelas localidades interiores, onde se verificaram 390 pedidos (12%).
Questionada pelo JN, a Confidencial Imobiliário não conseguiu detalhar a mesma informação para as freguesias do Porto, quarto concelho mais populoso do país.
Para o presidente da empresa municipal Gaiurb, António Miguel Castro, os dados "são mais um sinal claro da visão proativa e moderna do município".