Viagens fluviais entre o Cais do Ouro e a Afurada são retomadas diariamente, a partir de amanhã, às 7.30 horas, numa operação que vai estender-se até outubro.
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A Afurada, em Gaia, e o Cais do Ouro, no Porto, voltam a ter ligação por barco, após um interregno de anos. A operação está a cargo da empresa Transportes Metropolitanos do Porto (TMP), presidida por Marco Martins, e dura até outubro. O novo serviço vai funcionar todos os dias e o arranque está marcado para amanhã, às 7.30 horas.
O retomar das viagens era uma aspiração das autarquias gaiense e portuense, que se articularam e concretizam, assim, este desiderato, indo de encontro às expectativas das populações locais, embora seja de esperar que muitos forasteiros, nomeadamente turistas estrangeiros, também venham a usufruir do novo serviço. De barco, a travessia demora entre sete e oito minutos.
Na embarcação, que é alugada pela TMP e tem capacidade para 20 passageiros, haverá um validador a bordo, similar ao existente no metro e nos autocarros. Será possível utilizar o Andante (neste caso, com o custo de 1,40 euros, no zonamento Z2), assim como adquirir o bilhete a bordo, ao preço de 2,25 euros por viagem, em cada sentido. Também poderão ser utilizados os passes metropolitano e municipal. Os detentores dos cartões Porto. e ViverGaia poderão fazer uso desses títulos.
Estudo de mercado
Com início às 7.30 horas, na Afurada, as carreiras fluviais prolongam-se até às 20 horas, entre segunda-feira e quinta-feira, num total de 13 viagens em cada sentido. Por exemplo, saindo o barco da Afurada às 7.30 horas, tem saída prevista do Cais do Ouro às 8 horas e novamente da Afurada às 8.30 horas, e assim sucessivamente até ao fim do dia.
Às sextas-feiras, a operação é alargada até às 22 horas, o que resultará em 15 viagens em cada sentido; aos sábados, o número de travessias volta a ser 13; e aos domingos estão previstas 11. Este planeamento pode ser "reajustado" em função da procura.
"É a primeira operação de raiz da TMP e queremos que seja a primeira de muitas, tanto em terra como no rio, porque o objetivo da empresa é melhorar a mobilidade na Área Metropolitana do Porto", explica Marco Martins, em declarações ao JN.
A ligação entre a Afurada e o Cais do Ouro já existiu, com um operador privado, mas foi suspensa. Em 2022, as duas autarquias manifestaram interesse na retoma das viagens, mas tal não foi avante. Agora, até 25 de outubro, por delegação da Área Metropolitana do Porto, a TMP vai realizar "estudos de mercado" e apurar, na realidade, em que moldes poderá dar continuidade à ligação fluvial.
Lançar concessão
“O objetivo é reunir esses dados e lançar um concurso para a concessão da travessia”, algo que poderá ser feito entre o final deste ano e o começo do próximo. A TMP admite replicar este modelo noutros pontos do rio Douro, designadamente nas “travessias entre as ribeiras do Porto e de Gaia, e entre Gramido (Gondomar) e Avintes (Gaia)”, a título de exemplo.
A retoma do serviço fluvial engloba não só o verão, mas também parte do outono, precisamente para aferir a afluência do público em estações diferentes. Medir essa adesão, com fiabilidade, é o propósito do estudo.
Para esta iniciativa, de voltar a ligar as duas margens pelo rio, a empresa Transportes Metropolitanos do Porto vai investir cerca de 160 mil euros, relativos às despesas com a tripulação e ao aluguer do barco durante estes quatro meses de operação.
Reforço
Detalhes
Estreia
Para esta tarde, às 15 horas, está prevista uma viagem simbólica, que deverá contar com os autarcas Rui Moreira e Eduardo Vítor Rodrigues. Ambos confirmaram a presença à TMP.
APDL
Serão utilizados os cais existentes. Estão sob jurisdição da APDL, entidade que receberá um pagamento “simbólico”, mediante protocolo.
STCP e Unir
Quem atravessar o rio de barco poderá depois servir-se da rede de transportes públicos terrestres, sejam os autocarros da STCP ou da empresa metropolitana Unir.