Em frente à Câmara do Porto, a cidade fez fila para receber um dos 920 manjericos oferecidos pelo autarca Rui Moreira e todo o seu Executivo. Mas nem só com portuenses se inaugurou a festa.
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"Podemos tirar uma fotografia consigo?", pergunta Flávia Martins, de 28 anos, acompanhada por quatro colegas de trabalho. "Claro, vamos embora", responde o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira. Captada a imagem, as cinco admitem, ao JN, "adorar o São João". Celebrar o santo popular na ruas da cidade é já tradição das trabalhadoras do i3S mas esta é a primeira vez que Luísa Carvalho, 26 anos, e Ana Pinto, de 23, se juntam à festa.
"Vamos juntar-nos todas em casa e depois vamos para a rua. Acho que vamos ver o fogo do lado de Gaia", esclarece Flávia. "E depois queremos ver Emanuel", admitem, quase em coro. Quanto aos cinco manjericos, acreditam que "vão aguentar a noite toda". "É para entrar no espírito", sorri Luísa, vinda de Barcelos, com as expectativas "muito altas" para a noite desta sexta-feira.
Festa "vai ser muito boa, com muita gente e muitos turistas"
Fátima Nascimento, 70 anos, leva para casa o primeiro manjerico do ano. E, normalmente, "dura até ao Natal". Quanto ao segredo para manter a planta, diz, num encolher de ombros e a sorrir, que "não há nenhum".
Quanto à festa desta sexta-feira, "vai ser muito boa, com muita gente e muitos turistas". "O tempo é outro fator importante, e o facto de calhar num fim de semana também. Há pessoas dos arredores que no dia de São João trabalham e assim já vem mais gente", observa a portuense, com casa a poucos metros dali.
À primeira vista, a longa fila que se formava em frente à Câmara do Porto poderia dissuadir os mais indecisos, mas não desmotivou Laura Oliveira, de 73 anos. "Esperámos dez minutos. Nem isso", assegura, de sorriso rasgado, momentos depois de, pela primeira vez, o autarca Rui Moreira lhe ter entregue um manjerico. Também a irmã e a sobrinha de Laura levaram um.
"Trazemos três, mas isto não dura muito tempo. Depende... É regar e ter cuidado, deixar mais à sombrinha e não cheirar", ri a famalicense, com festa marcada em casa do irmão.
Entre muitas senhoras, Damásio Morais, 62 anos, e Horácio Vieira, 60 anos, de Ermesinde, fizeram uma pausa no trabalho e foram buscar um manjerico. Na fila, ficaram cinco minutos. Este será, tal como no caso de Fátima Nascimento, o primeiro a entrar nas suas casas.