Foi inaugurado, esta quinta-feira, o quinto núcleo da Biblioteca Errante do Porto. O espaço tem mais de dois mil livros nas disciplinas de Artes e de História. E tem entrada gratuita.
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A funcionar, desde ontem, na Casa Marta Ortigão Sampaio, na rua de Nossa Senhora de Fátima, o quinto núcleo da Biblioteca Errante do Porto conta com mais de dois mil livros nas disciplinas de Artes e de História, alem de títulos das áreas de Geografia Espiritualidade, Ciências Sociais e Humanas, Gastronomia e Indústria.
"A Biblioteca Marta Ortigão Sampaio é um guarda-jóias literário de sensibilidade artística e mais universal. Reúne mais de dois mil títulos muito centrados em nichos de História, de Artes, mas tem uma sensibilidade universalista indo à Geografia, à Ciência Política, também à Gastronomia, até à Indústria. E é um guarda-jóias também delicado, situado de paredes meias com um jardim quase secreto, que é um verdadeiro oásis urbano na cidade do Porto", descreveu o diretor do Museu e Bibliotecas do Porto, Jorge Sobrado, na inauguração do espaço.
Todo o espólio da nova biblioteca foi doado, em 1978, à cidade do Porto por Marta Ortigão Sampaio (1897-1978), que era sobrinha materna das pintoras Aurélia de Sousa e Sofia de Sousa, filha de Estela de Sousa e de Vasco Ortigão Sampaio (sobrinho de Ramalho Ortigão).
Na nova biblioteca será possível realizar consulta e leitura dos títulos em sala, durante horário de funcionamento do Museu (de terça-feira a domingo, entre as 10 horas e as 17.30 horas), assim como realizar a requisição de títulos das bibliotecas municipais para posterior entrega, além de apreciar o jardim da Casa, de forma gratuita.
"Este espaço é muito frequentado por moradores e por gente que vem aqui durante o dia para lhes auferir este jardim, possam também ter acesso ao livro. A seguridade ao livro é fundamental", considerou o presidente da Câmara do Porto Rui Moreira.
O novo espaço insere-se no projeto das bibliotecas errantes, lançado em abril passado, como resposta ao encerramento temporário da Biblioteca Pública Municipal do Porto para obras de requalificação e ampliação, que deverão se prolongar por quatro anos.
"Não podíamos continuar a ter a biblioteca como estava. A Biblioteca Pública do Porto padecia também de insuficiência de espaço e de um conjunto de patologias que tinham de ser resolvidas. É um projeto que andava a ser pensado há, seguramente, 25 anos, desde o tempo do dr. Fernando Gomes, e que não andava. Agora vai andar, isto vai exigir o encerramento da biblioteca. E nós quisemos fazer dessa crise uma oportunidade", explicou Rui Moreira.
Segundo Jorge Sobrado, estão a ser preparados mais dois núcleos. "Estamos a trabalhar em dois polos, não temos datas ainda, um deles no polo reservatório, na Pasteleira, portanto na zona mais ocidental da cidade, e será uma biblioteca temática de Arqueologia e História. E estamos a trabalhar também no sentido de organizar e disponibilizar ao público a Biblioteca de Guerra Junqueira", adiantou Jorge Sobrado.
Segundo o diretor do Museu e Bibliotecas do Porto, o objetivo é "criar uma rede pulverizada, que impregna a cidade de bibliotecas temáticas, que tornam o livro e a leitura mais acessíveis,
mais próximas". "Não é preciso, no fundo, ir ou socorrer-nos das grandes bibliotecas. Temos pequenas bibliotecas também, numa lógica de proximidade às populações e dispersas por toda a geografia da cidade", considerou Jorge Sobrado.