Obra de 1,6 milhões de euros termina em quatro meses. População contente com parque no Porto, mas há quem diga que construção "nunca mais acaba".
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Em construção há mais de um ano, o Parque da Asprela, no Porto, já mostra sinais de que os trabalhos estarão próximos do fim. A obra de engenharia mais desafiante do projeto, relacionada com o controlo das cheias, está pronta. Falta estabilizar e proteger as margens da ribeira, nota a Câmara do Porto, já que o curso de água acompanha quase todo o parque. Entretanto, já se vê parte da iluminação montada e alguns caminhos pavimentados. A empreitada, que custou 1,6 milhões de euros, tem a sua conclusão apontada para daqui a quatro meses.
Esquecida a vegetação e o descampado onde, semanas antes de começarem os trabalhos, houve três incêndios, o novo parque dá lugar a cerca de dois quilómetros de percursos pedonais e cicláveis.
Entre o Polo Universitário e o Hospital de S. João, moradores, trabalhadores e estudantes admitem que o espaço verde vai beneficiar a zona. Há, no entanto, quem considere que a empreitada "nunca mais acaba". Mas, "com as obras, já se sabe", brinca José Moreira, de 83 anos.
O portuense mora no bairro do Outeiro, ali perto, e todos os dias passa pelo Parque da Asprela. "Tenho de caminhar", justifica, reconhecendo que o espaço verde confere outra paisagem a quem por lá passeia ou faz desporto: "Mais airoso e mais limpo. Disso não há dúvidas".
A correr e de bicicleta
Aliás, Miguel Vilela, vigilante numa das várias faculdades instaladas naquela zona, confirma ver "muita gente a correr e a andar de bicicleta". "Principalmente de manhã cedo e ao final da tarde", nota o trabalhador, de 46 anos.
Sobre as vantagens que o novo espaço lhe poderá trazer, Miguel mantém-se cético: "É uma questão de esperar que esteja pronto".
Decorrem trabalhos de "pavimentação de caminhos, modelação de terrenos, espalhamento de terra vegetal e plantações e montagem da iluminação", refere a Autarquia portuense.
anos para sair da gaveta
O projeto de construção do parque demorou cerca de cinco anos a sair do papel, mas mesmo depois de o concurso público ter sido lançado e as obras adjudicadas, o espaço verde esteve cerca de um ano encravado à espera do aval do Ministério das Finanças para reprogramar o Fundo Ambiental. À data, a tutela explicou que o atraso se deveu à pandemia.
Muitos residentes acreditavam até que o projeto tinha sido abandonado, observando o outdoor com a planta do projeto, que já estava desbotado.
A obra foi adjudicada em outubro de 2019 à empresa Camacho Engenharia, que previa começar os trabalhos no início do ano seguinte. A empreitada avançou no final de julho passado.