A zona da Lapa, no centro do Porto, e de Lordelo do Ouro, mais próxima da faixa costeira, vão ter novos espaços verdes.
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Na Lapa, contígua à Quinta de Santo António (também para reabilitar), a ribeira de Vilar ganhará vida nova, enquanto que, em Lordelo, a linha de água da ribeira da Granja passará a estar a céu aberto, cumprindo as instruções da Agência Portuguesa do Ambiente.
A apresentação dos projetos decorreu, ontem, antes da reunião de Câmara e esteve a cargo do arquiteto Paulo Vieira. Juntas, Lapa e Quinta de Santo António equivalem a 35 mil metros quadrados de área verde. Com uma localização central, têm a vantagem de ser servidas pelas estações de metro da Lapa e de Carolina Michaëlis. Está estimado um investimento de 2,2 milhões de euros e o projeto da Quinta de Santo António, junto à Rua da Boavista, inclui uma residência para estudantes. Há mais edificado previsto para a Lapa.
  
Renda acessível
Em Lordelo do Ouro combinam-se áreas verdes e de lazer com a construção de "300 a 320 fogos", T2 e T3, para arrendamento acessível.
Filipe Araújo, vice-presidente da Autarquia e responsável pelo Ambiente, explicou que "a população ansiava por um parque verde" na Lapa e que a aposta ambiental visa "atacar a poluição atmosférica e contribuir para a biodiversidade". Também acautela as "alterações climáticas".
O projeto da Lapa está delimitado pelas ruas Damião de Góis, Boavista, Barão de Forrester e Antero de Quental. Quanto à propriedade, a distribuição faz-se entre a Câmara (28%), Estado (35%) e privados (37%). Na parte do Estado, contam-se as oficinas de fardamento do Exército, que estão devolutas. Será aberta uma nova ligação estruturante entre as ruas da Lapa e do Melo.
Para a Quinta de Santo António está projetada a reabilitação do antigo solar, que funcionará como entrada. O Estado é dono de 78% do espaço e não vai desfazer-se do Centro Educativo, que ali continuará. Mas Rui Moreira deixou claro que "o Estado está a trabalhar com a Câmara de forma organizada". Quanto a prazos de execução, na resposta à vereadora comunista Ilda Figueiredo, Pedro Baganha, responsável pelo pelouro do Urbanismo, mostrou-se confiante que os privados darão uma resposta mais célere do que o Estado e que a "curto prazo" poderá entrar na Câmara um pedido de licenciamento.
Aproximar bairros
Mais a ocidente, junto à Rua de Diogo Botelho, o novo parque urbano envolverá os bairros de Lordelo e de Pinheiro Torres. A propriedade é 100% municipal e o investimento calculado é de 46 milhões de euros.
Segundo o arquiteto Paulo Vieira, uma das mais-valias tem a ver com a "aproximação dos bairros". Será aberto um novo arruamento entre as ruas do Campo Alegre e da Pasteleira.
Assim que começar a obra, que será faseada, a duração poderá ir até três anos e meio.
  Estratégia
    
Investimento de 119 milhões de euros para suprir carências na habitação
Com as abstenções de PS, PSD e CDU, foi aprovada a Estratégia Local de Habitação do Porto, que prevê o investimento de 119 milhões de euros, entre 2020 e 2025. O PS elogiou o documento, mas advertiu que a "resposta é insuficiente". A CDU, por seu lado, considerou que a "administração central tem de atribuir verbas mais relevantes". O cenário é angustiante. O estudo elencou 3000 famílias a viverem em situação de carência, o que corresponderá a cerca de 7000 pessoas. Traçado o diagnóstico, a Estratégia Local define prioridades, tais como a habitação social, aquisição e reabilitação a cargo do Município e apoio direto a proprietários. Só no que respeita às ilhas, a reabilitação deverá chegar às 720.
