Moradores que foram obrigados a mudar de casa por razões económicas sofrem solidão e depressão. Impactos afetam, sobretudo, idosos e crianças.
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Os moradores que foram forçados a mudar de habitação sofrem problemas de saúde física e mental, desde depressão a ansiedade e solidão. Os impactos negativos afetam, sobretudo, idosos e crianças e já são sentidos no Porto, onde o centro tem vindo a receber novos habitantes de classes mais elevadas e os menos abastados têm sido forçados a optar pela periferia, por não conseguirem suportar os preços das casas. Mas quem fica também está a sentir os efeitos da gentrificação, apurou um estudo do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), que vai ser divulgado hoje.
O trabalho sobre o impacto da gentrificação e da insegurança habitacional na saúde dos habitantes da cidade do Porto, coordenado pela investigadora Ana Isabel Ribeiro, mostra que a gentrificação está a ter "consequências claras na saúde dos portuenses", desde "solidão, depressão e, até mesmo," a deterioração da saúde física. O estudo, que se prolongou por quatro anos, apurou que esses moradores revelam ansiedade e dificuldade em dormir, dizendo-se deprimidos, o que começaram a sentir mal souberam da necessidade de mudança de habitação.