No livro "21 portuenses ilustres do século XXI escolhem vinte e um portuenses ilustres do milénio", que é apresentado às 18.15 horas desta segunda-feira, na Biblioteca Almeida Garrett, no Porto, Sérgio Almeida não foi apenas autor: viu-se, encantado, também no papel de aprendiz, ao ter a oportunidade de "aprofundar o conhecimento sobre a história" da cidade.
Corpo do artigo
O desafio foi-lhe proposto pelo editor José da Cruz Santos, da Modo de Ler, que selecionou 21 portuenses de várias áreas e pediu a cada um deles que escolhesse uma figura da cidade que se tenha destacado, falando sobre ela. Caberia a Sérgio Almeida, jornalista do JN e escritor, realizar essas entrevistas e transformá-las em capítulos de um livro.
"Não são minibiografias; são perspetivas pessoais dos entrevistados sobre as figuras [que escolheram]. Há esse lado humano que, a meu ver, enriquece o livro", observa o autor, para quem "foi interessante a diversidade".
"Imersão na história do Porto"
Com abordagens sobre personalidades como Júlio Dinis, Júlio Resende ou Almeida Garrett, o livro também "dá oportunidade de destaque a alguns portuenses que não são muito conhecidos do grande público, como Uriel da Costa", um filósofo do século XVII que está entre os que "foram perseguidos". Tal como Abel Salazar, que foi perseguido pelo regime salazarista e impedido de exercer a docência.
"Ao mesmo tempo que dá a conhecer, [o livro] resgata do esquecimento algumas figuras de outro tempo. E isso para mim foi rico, porque foi uma imersão na história do Porto", assinala o autor, que lembra que, além da edição física em livro, o projeto inclui ainda uma série de conferências com os entrevistados, que decorrem na Casa do Infante.
"Sinto que foi gratificante porque aprendi bastante sobre o Porto e, sobretudo, sobre os portuenses e a sua fibra. Muitos deles deram muito não apenas à cidade, mas também ao país", destaca Sérgio Almeida, que viu a narrativa enriquecida pelo facto de alguns entrevistados terem conhecido pessoalmente as figuras que escolheram destacar. "O Gil Moreira dos Santos, que é advogado, escolheu o Vasco Graça Moura e relatou episódios da proximidade que tinham. Eram os dois advogados, e foram companheiros de gabinete. A Maria José Ribeiro, que é uma militante comunista, conviveu com a Virgínia Moura", exemplifica o escritor.